Acompanhando os últimos noticiários do cenário político brasileiro é fato o descaso com o patrimônio público. Infelizmente essa notícia é comum. Os casos são inúmeros e seria impossível listar todos, mas alguns chamam a atenção pela falta de bom senso, como a recente manifestação dos cariocas sobre a compra, por parte da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, de uma frota de carros de luxo. Mas não para por aí. Aqui no Paraná o escândalo dos diários secretos da Assembléia Legislativa já virou caso de novela e a resolução, pelo andamento do processo, está longe do fim.
No entanto, o que me chamou a atenção essa semana foi a notícia sobre o atraso no início das obras para a Copa de 2014. Bem, já é conhecimento de todos essa demora e deixou de ser novidade. Mas se analisarmos a conta que vamos pagar para a realização de um evento como esse – e é uma senhora conta – o custo estimado para Curitiba e Região Metropolitana é de R$621 milhões. Nem consigo fazer um cálculo desse valor diante do meu orçamento mensal. Porém, consigo imaginar o quanto poderia ser investido nos municípios. O que realmente não consigo entender é o motivo do atraso. Se o dinheiro já foi aprovado, então o que falta?
Ficamos diante de um jogo de empurra, pois o governo diz que o tempo é hábil. Já os especialistas dizem ser impossível entregar tudo o que está previsto. Fico imaginando como será 2012 e 2013, aquela loucura para fazer tudo com prazo mais do que apertado. O dito popular nunca falha: brasileiro sempre deixa tudo para a última hora e, pelo jeito, isso também vai acontecer com a Copa. O que resta saber é o quanto esse atraso vai custar a mais no nosso bolso.
Luanda Fernandes