Arquivos da categoria: Sem categoria

28
jul

Apaixonei-me pela comida

 

risoto

Há um ano visitei Bento Gonçalves, cidade do Rio Grande do Sul conhecida por ainda manter em funcionamento uma Maria Fumaça. O trem faz um caminho pela Serra Gaúcha e também pelas vinícolas existentes na região, onde se produzem vinhos muito saborosos. A cidade tem diversos pontos turísticos, mas o que me fez amar Bento foi o restaurante Manjericão. Nunca na minha vida eu tinha comido risotos tão bons quanto aqueles e, embora o risoto de pera fosse ótimo, o que fez meu coração balançar foi o de manjericão. Não consigo explicar, foi amor à primeira bocada.

Após duas semanas em Bento, voltei a Curitiba. Procurei em diversos restaurantes algum que servisse risoto de manjericão, mas não obtive sucesso. Encontrei receitas na internet, testei algumas, e nenhuma delas se comparou àquele sabor.

Sou uma pessoa fácil de agradar; raramente reclamo da comida que como (exceto quando está sem sal), e talvez você ache um exagero essa busca que fiz pelo risoto, mas o fato é que: quando algo é bom, você quer mais. Então, dia desses resolvi mandar uma mensagem no Facebook do restaurante gaúcho. Contei sobre o meu desejo de comer aquele risoto e, na coragem, pedi a receita. Prontamente a Bruna, moça que cuida das redes sociais do restaurante, me respondeu enviando a receita (muito amor por essa menina!).

Testei a receita em casa e o prato ficou maravilhoso (modéstia à parte). Acho que vocês, caros leitores, também merecem experimentar essa delícia. Por isso, compartilho com vocês a receita:

  • Cozinhe arroz arbóreo com cebola, manteiga e sal (temperos a gosto).
  • No liquidificador, coloque azeite de oliva e folhas de manjericão fresco. Bata até virar uma mistura homogênea.
  • Em uma panela acrescente leite, molho branco, creme de leite e a mistura do manjericão. Mexa até que levante fervura. Aos poucos coloque o arroz arbóreo já cozido.
  • Misture bem e sirva aos convidados.

As quantidades não foram informadas e entendi que descobri-las faz parte da brincadeira. Se você fizer esse risoto, me conta como ficou? :)

E ah, obrigada, querido Restaurante Manjericão! <3

Beijos

Tayná Soares

21
jul

Loucura das cores

cores

Depois de uns 15 dias vestindo preto e variações, inspirada pela friagem que nos acomete, envergo uma blusa de lã cor-de-rosa e saio faceira de casa.

Na firma, elogiam minha roupa pink. Para complicar, digo que visto fúcsia. E aí já temos tema para uma conversa animada sobre a tal Psicologia das Cores, área de estudo adorada pelos marqueteiros e sob medida para enlouquecer pessoas como eu, que têm dificuldade para distinguir azul de verde.

Lembro de uma vendedora que me fulminou quando pedi para provar “aquela calça azul ali”. Com ar blasé, solicitou à colega: “Fulana, alcança a calça lavanda”. E eu ali, com cara de quem perdeu um semestre na faculdade.

Tive uma roupa linda, calça e blusa chiques de crepe de seda, que herdei da Martha Feldens. Saía de casa animadona, toda de azul piscina. E voltava de verde água, sempre encafifada com a teimosia das pessoas.

Quando o bordô, vulgo cor de vinho, virou burgundi e depois marsala tive vontade, sei lá, de escrever um manifesto contra o mundo da moda, queimar uns navios, rasgar uns livros em praça pública…gritar minha revolta contra a morte das cores primárias.

Nem vou falar do off white, do off black, do off tudo e dos estonados. Nem branco, preto e jeans a gente pode vestir em paz!

Marisa Valério

14
jul

As pequenas doses de felicidade

tumblr_lg9x6d0AZg1qd6zhgo1_500

Essa semana, bem no final do expediente, começou a chover daquele jeito que só chove quando você precisa pisar na rua e enfrentar o trânsito. Pingos grossos, vento destruindo seu guarda-chuva e carros nada simpáticos passando e te dando um banho de água fria e suja. Eu era o protagonista dessa cena. Foi um horror, claro, mas surpreendentemente eu não estava irritado ou amaldiçoando o mundo. Na verdade, estava pensando que logo chegaria em casa, tomaria um banho quente, receberia muitas lambidas do cachorro e poderia me esquentar, ser muito fofo, querido e assistir a mais um episódio de MasterChef.

E enquanto eu caminhava e pensava nessas previsões deliciosas que logo iam acontecer, percebi que estava feliz. Uma felicidade passageira, claro, mas muito calorosa. E foi aí que eu pensei sobre essa tal da felicidade. Os sábios realmente têm razão. É impossível alguém ser feliz 24 horas por dia e manter um sorriso na cara e passarinhos no ombro. Mas é possível ser feliz em diversas partes do dia. No fim, é isso que faz nossa vida valer a pena.

Quando estamos com muito frio e encontramos um raio de Sol no meio da rua, é como se estivéssemos sendo abraçados. Quando encontramos aquele amigo legal e damos risadas sobre coisas que somente fazem sentido para os dois, sentimos felicidade. Quando aquela pessoa pela qual somos apaixonadas nos pergunta como foi o dia, nos sentimos a pessoa mais importante desse mundo. Quando as coisas dão certo no trabalho, é como recebêssemos uma dose de autoconfiança. Quando ganhamos um abraço, é quase como se ali pudéssemos fazer nossa morada.

Acho que a vida é bela por causa desses e de outros momentos. Cada um sabe suas doses de felicidade diárias, mas poucos sabem reconhecê-las. Por isso, sejamos felizes não para sempre, mas várias vezes durante nossos dias.

Rodrigo de Lorenzi

 

7
jul

Qualidade de vida

qualidade-de-vida

Dia desses ouvi uma pessoa dizer que quem tem um bom emprego e ganha um bom salário deve se limitar a trabalhar bastante e esquecer um pouco essa tal “qualidade de vida” que todo mundo almeja.  Pois eu discordo. Acho que é possível sim garantir êxito profissional e ter uma vida feliz e com qualidade. Aliás, uma coisa está diretamente relacionada à outra.

O trabalho só faz sentido se você também puder usufruir de momentos com a sua família, com os seus amigos e fazer outras coisas que lhe dão prazer. Acredito que, para que isso aconteça, é fundamental trabalhar com o que se gosta. Dessa forma sua rotina será mais prazerosa e seus momentos longe do ofício também.

Para mim, ter qualidade de vida significa ser feliz profissionalmente e pessoalmente. Significa ganhar dinheiro fazendo algo que você acredita e em que se realize. E, além disso, aprender a valorizar tudo que nos faz bem. É simples assim. Pense nisso!

Bjs,

Aline Cambuy

23
jun

Pela rua

rua

Uma laranja voa no para-brisa do carro ao lado, parado no sinaleiro. O motorista, distraído pelo celular, leva um susto. Fico sem saber se rio ou se choro. O malabarista pra lá de improvisado faz uma cara de dar dó, enquanto tenta juntar as laranjas do chão, desculpar-se com o dono do carro e ainda recolher algum trocado, que a vida não tá fácil…

Na esquina seguinte, uma criatura sem camisa, inteirinha pintada de prateado, tiritava de frio numa dança esquisita que pretendia imitar os movimentos de um robô. Mais adiante, o casalzinho de namorados se revezava entre bandeirinhas e cones coloridos, passando o chapéu entre as janelas fechadas.

Minhas moedas se acabam enquanto penso na indigência do sujeito que tenta se estabelecer como artista de rua, seguindo o rastro dos argentinos e seus dreads, que há alguns anos trouxeram a moda para o Brasil.

Em que episódio do Faustão ele tentou aprender a se virar nos 30 segundos do sinal vermelho, em que boteco da Barão do Serro Azul ele jogou para cima as primeiras laranjas, em que mundo estamos para encontrar em cada esquina o retrato cada vez mais tenebroso do nosso empobrecimento…

O frio torna tudo pior. Até o meu humor.

Marisa Valério

9
jun

O amor está no ar

dia-namorados

Nunca me apeguei tanto a datas. Sou capaz de esquecer importantes aniversários. Levei uns quatro anos para memorizar que meu marido aniversaria no dia 18 de dezembro, e não no dia 16. Quando o Facebook passou a me lembrar dos aniversários do dia, passei a amá-lo um pouco mais.

Sobre as datas tradicionais, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia dos Namorados, etc., o comércio se encarrega de nos bombardear com lembretes semanas antes. Assim têm sido os últimos dias. Cada página da internet que acesso tem alguma notícia ou propaganda do Dia dos Namorados. Também não se esquecem dos solteiros nesta data. São opções de presente e de lazer para namorados, casados, solteiros e encalhados.

Não tenho nada contra presentear quem você ama nesta data tão simbólica e especial. O que não acho justo mesmo é ficar horas na fila do restaurante esperando uma mesa para jantar. O fato é que quando convivemos com a pessoa amada, acabamos presenteando o ano todo. Para mim, essas formalidades perdem um pouco a importância. Sei que isso é muito pessoal mesmo, pois vejo casais que fazem questão de celebrar a data com tudo que têm direito. Acho bonito, mas não combina comigo.

Neste Dia dos Namorados quero aproveitar o frio para comer pipoca com o maridão e as crianças no sofá. Tomar chocolate quente. Assistir a um bom filme. Ligar o aquecedor. Deixar o gato subir no meu colo e ficar afofando a coberta com as unhas. Enfim, será mais um domingo em família. Com muito amor e calor humano.

E viva o amor! Um feliz Dia dos Namorados!!!

Bjs,

Aline Cambuy

 

2
jun

Do cinza do céu

Beco-Umbrellas

Fiquei pensando no comentário feito assim, meio solto no meio da tarde, pela Marisa (a Marise ou Valéria, cá nas internas) sobre como essa garoa com frio deixa a gente com astral esquisito.

A primeira lembrança que pintou foi da época da Rede OM, no comecinho dos anos 90. Junto com o Galvão Bueno veio uma turma de jornalistas de esporte do Rio. E, com eles, as esposas. Uma delas, visivelmente deprê, perambulava algumas tardes pela redação. Aos prantos, falava ao telefone: Roberto (com todos os erres), aqui o céu nunca é azul!

E se as pesquisas provam que Curitiba tem menos dias de sol do que Praga, Londres e Berlim, aprendi trabalhando em uma multinacional sueca que deveríamos parar com esse mimimi. Na hora do almoço, os executivos da matriz praticamente engoliam a comida e corriam para os bancos em frente ao refeitório para fazer verdadeiros tributos ao sol. Abriam a camisa até onde o senso comum permitia, erguiam o rosto e ficavam assim, em silêncio sepulcral, até a volta à labuta. Bonito de ver.

Aliás, minha antiga chefe sueca um dia me contou que o governo de lá aconselha as pessoas que moram sozinhas a acampar na casa de algum conhecido igualmente solitário durante o inverno. Sabedoria que só quem vive sem luz e sem sol durante meses tem. Sinceramente, dispenso este tipo de conhecimento.

No começo do ano que vem eu me mudo para o Nordeste. Será que vou sentir falta do cinza do céu de Curitiba?

 Beijos,

Karin Villatore

 

 

27
mai

Observe!

0

“Hoje eu não vou, Vicente!” A frase é um clássico na minha família, em resposta a qualquer convite, e sempre desperta uma cumplicidade divertida. Todo grupo familiar tem os seus códigos, alguns de origem desconhecida de tão antigos, mas grandes sobreviventes da tradição oral. O Vicente em questão é ninguém menos do que o cantor
, que só os mais velhos ou com alguma cultura musical reconhecerão, pelo menos de nome. Nos anos 40/50, era de ouro do rádio brasileiro, ele era um dos maiorais, encharcando corações de sofrência, em agudos e vibratos arrebatados.

Pois ocorre que entrou nas nossas vidas por conta de um casal de vizinhos – vó Maria e vô Santinho – no bairro Getúlio Vargas, popular Vila do Cedro, espécie de Vila das Torres da cidade gaúcha de Rio Grande. Recém-casados, contava Maria, hospedaram Vicente Celestino e seriam convidados de honra do show que ele faria à noite, no auditório da rádio local. Maquiada e bem arrumada, Maria despertou o ciúme de Santinho, que a proibiu de sair naquela boniteza toda. Aos prantos, a moça trancou-se no quarto. O cantor, querendo ajudar, bateu à porta e convidou: “É hora do show. Vamos, Maria?”. E a resposta entre soluços sobreviveu ao episódio: “Hoje eu não vou, Vicente!”.

Temos outros personagens frequentemente invocados no nosso dia a dia. Nenhum tão famoso. Pra dizer a verdade, ninguém mais sabe quem são. É o caso do Angelino, provavelmente um comilão de respeito. Basta que alguém se exceda um pouco à mesa, que vem o bordão: “Mas é um Angelino, mesmo!”. E dá-lhe riso, mesmo que a frase volte várias vezes na mesma refeição, por que no fundo somos todos uns Angelinos. Outro caso de personagem perdido na origem, mas sempre vivo na memória, aparece na sentença: “E deu-se o caso do mascote!”. Que mascote? Ninguém sabe. Mas a frase serve pra tudo, encerrando solenemente qualquer história cujo final seja previsível.

Recentemente, entrou na nossa rotina um personagem cujo nome não vem ao caso, por que está bem vivo e pode ser reconhecido. O fato é que ele gerou uma interjeição que usamos muito, a ponto de amigos de amigos terem passado a usá-la, sem nem desconfiar de onde vem, para expressar alguma coisa entre “que legal!” e “veja só!”. É o já amplamente conhecido “Observe!”. Se você lembra de expressões familiares desse tipo, conta aí, pra gente rir um pouco. Um beijo!

Marisa Valério

5
mai

Desprevenidos

Vacina-aplicacao-2

Uma vacina serve para prevenir contra uma doença. O lance principal é colocar no corpo do sujeito um vírus fraquinho, morto ou parecido com o de verdade pra ensinar o organismo a se defender. Coisa de louco, e que funciona.

Desde 2004 a Talk atende o Frischmann Aisengart. Lembro bem que, em 2009, quando rolou a pandemia da gripe H1N1 (naquela época o pessoal chamava de suína), foi um auê. Mal dava pra você espirrar no elevador sem ser linchado. Chegaram as vacinas, foi uma correria de fim de mundo lá no Laboratório. Daí a moçada relaxou e, em 2012, um novo surto e nova maratona às vacinas. Filas de virar o quarteirão no Frischmann e cobertura diária da imprensa. Novo ciclo de “deixa pra lá” da população e, neste ano, o pânico chegou mais cedo, com cem mortes pela gripe registradas no Brasil ainda em março.

No Frischmann, 21 mil doses de vacina foram vendidas em míseros 13 dias de abril. E depois, nenhum fabricante com lotes disponíveis para venda. Filas na vacinação pública. O pessoal do Laboratório dando entrevista a torto e a direito.

Ouvi uma teoria médica que me pareceu coerente: o vírus volta porque as pessoas deixam de se vacinar, e a imunização cai no decorrer dos anos. Se for isso mesmo, seria de ser prever que nos próximos dois ou três anos não haverá surtos de gripe. Mas, em no máximo quatro, caso continue o velho hábito de não se vacinar em períodos em que não há frisson, a gripe volte com tudo. Tomara que não.

Beijos,

Karin Villatore

 

28
abr

Adaptar-se ou nada!

camaleao

 Não me censurem, mas dei um Google e fui na Wikipédia atrás de informações básicas – muito básicas – sobre adaptação. Podia recorrer a fontes mais nobres e confiáveis, mas já me basta o que encontrei e que parece sob medida para estes tempos que tenho vivido.

É o seguinte, em livre interpretação: ao adaptar-se, os seres vivos desenvolvem uma certa harmonia com o ambiente, ajustando-se para a sua sobrevivência em um determinado local.

Se você recorrer a Darwin e a alguns filósofos, a coisa começa a complicar, por que eles vão falar em evolução, seleção natural, mutações dirigidas, e por aí vai.

Fiquemos, portanto, com essa noção mais simples de harmonia e sobrevivência, que já não é pouco e não é bolinha. E aqui obtenho meu gancho para me exibir como um ser vivo altamente adaptável. E não é de hoje.

Tenho sobrevivido em relativa harmonia com o ambiente ao meu redor a cada virada da vida. Nada de fantástico/extraordinário/sensacional me aconteceu, é verdade, se a gente considerar que tem gente que foi à Lua, virou santo, escreveu a Odisséia, aprendeu a falar oito línguas, a operar cérebros e a fazer nhoque.

Ainda assim, no comparativo com outros seres vivos das minhas relações, me acho bem sucedida.

Agora, por exemplo. Em um ano, troquei de casa, de vizinhança, de trabalho, de colegas de trabalho, de idade…Certo, todo mundo troca anualmente de idade, mas em certa fase da vida a gente percebe – mesmo – que trocou.

Adaptar-se é um exercício biológico, uma condição atávica, mas não só. Também é um exercício da vontade. A gente escolhe ruminar o passado ou virar a página; lamentar uma rasteira ou dar uns pulinhos mais pra frente; ficar com raiva ou deixar pra lá.

E escolher faz bem. Tenho escolhido ser feliz e me divertir com as novidades, o que inclui endereços, trabalho, pessoas (como meus novos coleguinhas super legais aqui da Talk Comunicação) e até as dificuldadezinhas de todos os dias. Espero ter ainda muitos tons de camaleoa para ir trocando, enquanto a paisagem muda ao meu redor.

Um beijo

Marisa Valério