Arquivos da categoria: Sem categoria

5
out

Este não é um texto sobre política (ufa!)

cat-800760_1920

Eu sou relativamente nova na política. Sim, eu aprendi muito na escola e ouvi diferentes histórias sobre o tema durante a vida, mas o engajamento é recente. Comecei a me interessar pelo assunto na universidade, onde abri meus olhos para situações que estiveram à minha frente o tempo todo.

Clichês à parte, relato minha breve experiência apenas para contextualizar o momento atual: estou obcecada por política.

Há meses meu cotidiano vem se moldando em torno de reportagens, debates, sabatinas e redes sociais. Ah, as redes sociais… Melhor nem entrar em detalhes. Tudo ao meu redor está tomado por rostos e nomes conhecidos (ou nem tanto), de pessoas que prometem alentar meu futuro.

Sinto que me falta assunto em conversas de elevador, no escritório, em casa, com os amigos… Só sei falar disso! Nada tem me interessado mais do que uma fofoca política, saber das fake news do momento ou das barbáries de um-certo-candidato-à-presidência.

A menos de dois dias do encontro com as urnas, a iminência da decisão tem afligido meus sonhos e pesado nos meus ombros. Pensar em um veredito neste fim de semana é quase utópico, o que só aumenta minha tormenta: ainda restam 23 dias até o segundo turno!

Depois da confirmação de fato, é provável que eu fique alguns dias com o sentimento de vazio, como a carência pós-Copa do Mundo. A sensação irá se prolongar até que todos consigam retomar suas rotinas que serão, agora, dominadas por qualquer outro assunto menos desgastante, espero eu.

Bia.

28
set

Música na estrada

BR-101-capa

Nem sei quantas vezes já fizemos de carro o trajeto entre Curitiba e Rio Grande (RS), que fica um pouco antes do Chuí, lá pelas bandas do fim do mundo. Nos últimos sete anos, com nossos velhinhos adoecendo, fomos pelo menos quatro vezes por ano. Antes disso, a viagem era anual. Portanto, numa conta de padeiro, circulamos pelas BRs 101 e 116 pelo menos umas 50 vezes. Fora as viagens de avião, mas aí já é outra história.

De carro, são 2,4 mil quilômetros ida e volta, ou 30 horas de estrada, em que há pouco mais a fazer além de ouvir música e comer, enquanto engolimos asfalto, driblando ônibus e caminhões. Nos sábados de manhã também há as hordas de motociclistas passeando serra acima e abaixo.

No repertório musical, tem de um tudo, como ainda se diz no Rio Grande. Minto! Sertanejo universitário não tem, não senhor, que tudo tem limite.

Mas podem pintar umas modas de viola e uns vanerões. E dê-lhe tangos e boleros, sambinhas e sambas-enredo, jazz e MPB, rock e pop rock. Soltamos a voz com Queen, Elton John, Tina Turner e Bee Gees, em nosso inglês egípcio. Tem Belchior e Zeca Baleiro, Adriana Calcanhoto e Maria Rita, Zé e Elba Ramalho, Zé Renato e Zé Keti, Amir Guineto, Tom Jobim, Chico Buarque, vixe, tanta gente…

De tanto ir e vir, aos três anos a Isadora cantava de cor os boleros em espanhol do luxuoso Fina Estampa, de Caetano Veloso. Depois que ela cresceu e passou a andar menos com o pai e a mãe, o gosto musical tomou rumo próprio. Mas não quero comprar briga por aqui…

Faltou falar sobre o que comemos durante a viagem. Prometo contar em minha próxima aparição nesse blog.

Beijos,

Marisa

13
ago

Uma nova paixão

bastards

Sempre gostei de cerveja, mas a pilsen mesmo. A mais fraquinha, para ser tomada no verão acompanhada do tradicional churrasco de final de semana. Nos dias frios, minha preferência é o vinho. Aí gosto mesmo é do tinto seco, bem encorpado, para ser degustado sem pressa, enquanto bato um bom papo com as amigas ou faço alguma experiência na cozinha.

Por falar em cozinha, ela não é o meu forte. Sou um tanto limitada nessa arte de cozinhar e acabo fazendo sempre os mesmos pratos. Mas sou uma boa companhia para quem vai cozinhar. Gosto de ajudar separando os ingredientes, preparando a salada, fazendo a sobremesa e, principalmente, lavando a louça. Meu marido adora cozinhar e compartilhamos esse momento quando a rotina nos permite. Nos finais de semana, enquanto ele cozinha, eu bebo vinho, converso e faço o papel de auxiliar de chef.

Agora ele anda se aventurando em uns pratos mais elaborados, resultado do curso de chef de cuisine que está fazendo na Espaço Gourmet. Quando tem mais tempo, se dedica a cozinhar e faz disso um programa. Começou inclusive a comprar cerveja artesanal para degustar enquanto cozinha. Com isso, passei a acompanhá-lo e a experimentar cervejas muito saborosas. Resultado, meus vinhos estão indo para a panela.

O consumo e a produção de cerveja artesanal cresceram bastante no Brasil nos últimos anos. Essa semana li uma matéria no Bem Paraná que dizia que o país já tem mais de 1,5 mil rótulos e mais de 300 cervejarias. O Paraná se destaca e concentra mais de 60 cervejarias e uma produção estimada em 6 milhões de litros por ano. Além disso, a qualidade das cervejas produzidas no estado já conquistou mais de 240 prêmios nacionais e internacionais, colocarando a cidade de Curitiba na rota dos profissionais e apreciadores da bebida, cidade hoje considerada a Capital Nacional da Cerveja Artesanal.

Ano passado, a Prefeitura de Pinhais lançou a Rota da Cerveja. A cidade da região metropolitana produz uma grande variedade de tipos de cervejas. Algumas delas são exportadas para países como Estados Unidos, Alemanha, Dinamarca, entre outros. Eu e o Andrei começamos a fazer essa rota. Fomos a duas cervejarias, a Way Beer e a Bastards Brewery. Ambas com ótimas cervejas e bom espaço para eventos.

Para quem ainda não experimentou, eu recomendo, especialmente a produção local.

Bjs,
Aline Cambuy

29
jun

As leituras do mês #3

kindle

Vamos lá! Seguindo a tradição aqui no Blog da Talk, chegou a hora de falar sobre minhas leituras do mês de maio e junho. Está querendo ler um livro e não sabe qual? Então vem me ler. As outras listas e dicas estão neste link aqui: https://goo.gl/xrikVB

Menina Má
William March

Resultado de imagem para Menina Má capa livro

Provavelmente nos anos 1950 o livro chocou muita gente. Uma criança psicopata? Hoje em dia já temos materiais até melhores. Mesmo assim, a escrita de March é bem assustadora, os personagens são todos estranhos e infantis de uma maneira incômoda. O problema é que a tradução da DarkSide está bem ruim e há muitos erros ortográficos que irritam um bocado e minha experiência com a história foi frustrante. Talvez a versão original seja melhor. Não há uma página sequer que não tenha alguma falha. Pena.

Desonra
J.M. Coetze

Extremamente forte e desconfortável, Desonra vai te dar vontade de ler uma historinha de ninar depois de terminar o livro, tudo porque você ficará perturbado da cabeça. Lurie é um professor de literatura que não sabe como conciliar sua formação humanista, seu desejo amoroso e as normas politicamente corretas da universidade onde dá aula. Mesmo sabendo do perigo, ele tem um caso com uma aluna. Acusado de abuso, é expulso da universidade e viaja para passar uns dias na propriedade rural da filha, Lucy. No campo, esse homem atormentado toma contato com a brutalidade e o ressentimento da África do Sul pós-apartheid.

Um de Nós Está Mentindo
Karen M. McManus

Cinco alunos entram em detenção na escola e apenas quatro saem com vida. Todos são suspeitos e cada um tem algo a esconder. O começo é mais divertido do que o meio e o fim. É um entretenimento ok, mas bem esquecível. Tem umas questões interessantes, como relacionamento abusivo na adolescência e a interação entre os personagens, mas chega uma hora que a história gira, gira e não sai do lugar. Os motivos da morte do garoto são bastante problemáticos e perigosos, tanto do ponto narrativo quanto ético, já que é um livro direcionado ao público jovem.

À Noite Andamos em Círculo
Daniel Alarcón

A história é ótima e Daniel Alarcón escreve belissimamente, mas o livro não me tocou. Achei que, literalmente, ele começa a andar em círculos em determinado ponto. A vida de Nelson não está tomando o rumo que ele queria. Sua ex-namorada está morando com outro; seu irmão mais velho emigrou para os Estados Unidos e não cumpriu a promessa de levá-lo junto; e ele próprio tem de viver ao lado da mãe viúva, tentando estabelecer uma carreira de ator e dramaturgo que não decola, num país latino-americano recém-saído da guerra civil.

Harry Potter and the Philosopher’s Stone
J.K. Rowling

Bem, o que é que eu vou dizer? Eu já li esse livro umas cinco vezes e devo ler muito mais ao longo da vida, mas agora decidi reler a série toda em inglês. Eu fico emocionado, de verdade, real, com o que a Rowling fez. Eu vou ser bem cafona aqui, mas ela consegue sempre me levar de volta para um mundo que, aos 12 anos de idade, meio que me salvou e continua salvando. É impressionante o universo construído por ela e é impressionante ver como ela criou uma história tão linda que acompanha a gente por anos. Toda criança, adolescente e adulto deveria ter algum contato com a série Harry Potter.

15
jun

Inferno e telefonia, tudo a ver

SAC-telefone

Dizem por aí que mudar é sempre bom e a gente se esforça para enxergar assim mesmo as mudanças indesejadas. Quando a mudança é planejada, a expectativa sobre as alegrias que virão supera o cansaço e a correria. E aqui acaba minha vã e barata filosofia, atingida no estômago por aquilo que se convencionou chamar de “operadoras de telefonia”.

Telefonia – e outros serviços por assinatura, como tv, internet e até, descobrimos agora, água filtrada – é a porta de entrada do inferno.

Ao pedir a mudança de endereço das linhas da Talk para o novo escritório, no dia 28 de maio, nos enfiamos até os joelhos no tapete de lama com que a Oi recebe seus clientes.

Ganhamos o pacote vip, topzera, superultra, macanudo, que inclui:

– ficar sem telefone e sem ligações de clientes e potenciais clientes;

– colecionar protocolos que desaparecem do “sistema” sem mais delongas;

– ser solenemente desprezados pelo “sistema”;

– conhecer sotaques de norte a sul de dezenas de teleatendentes;

– aprender a dedurar a operadora na Anatel;

– receber diferentes instaladores que não sabem nos dar resposta;

– conhecer um instalador, o José, que genuinamente se interessa pelo nosso drama e só não consegue nos ajudar porque o “sistema” não deixa;

– desenvolver o nível Jó Blaster de paciência e resignação.

Posso ficar aqui por várias horas descrevendo o cenário de trevas, enxofre e chamas do inferno telefônico. Mas acho que todo mundo, em algum momento, já espiou por essa janela.

Por isso, aproveito esse momento de ampla solidariedade que se instala no coração de cada leitor para pedir que liguem nos nossos celulares, enquanto tentamos resgatar o 3018-5828 e suas linhas companheiras dos braços do “demôniOI”.

8
jun

Tudo muda: um olhar do futuro

blog

A querida Bia – ainda jovem, mas com muitas coisas para contar já – comentou no último post do blog (não leu? Esse aqui) sobre como as coisas mudam sem quase mudar nada. Uma visão dela, no auge da juventude aos 23 anos, sobre a espera por algo que ainda não conhece e o condicionamento da felicidade a momentos futuros.

Eu e os meus jovens 34 anos – a oposição fará questão de afirmar que estou perto dos 40 (levianos, óbvio; matematicamente estou mais perto dos 30) – talvez contribuam para acalmar o coração dela. Prometo tentar exercitando um pouco do meu egocentrismo com um depoimento pessoal.

Já passei por esse momento que parecia mais como um coelho correndo atrás da cenoura. Na verdade, eu acredito que muitos continuam nesse movimento (sem relação com a idade). Acredito que a ficha acabe caindo em momentos diferentes para cada ser humano. Afinal, somos seres com personalidades e experiências individuais.

Eu mesmo passei por vários momentos até os meus 26 anos. Várias. Algumas bem complicadas para alguém ainda muito jovem (para a minha experiência de vida na época e dentro do que eu julgo complicado). Eis que apareceu uma professora que me ajudou – e me tirou da zona de conforto – a evoluir muito nesse sentido. Muito, mas ainda não era o suficiente para deixar de ser o coelho correndo atrás da cenoura.

Passei por outros tantos desafios no âmbito pessoal e profissional. Até a virada em 2017. Foi quando tudo mudou. A chave foi virada e o meu olhar sobre a vida mudou. Não foi fácil. Nem um pouco. A minha visão de mundo se transformou e tive uma guinada em todos os aspectos pessoais e profissionais. São feridas que ainda estou lambendo para cicatrizarem plenamente. O tempo vai tratar de cuidar delas plenamente. Mas a ficha caiu e o que fica é a transformação.

Aprendi a viver no presente e não num futuro que estamos construindo no agora. Se vivemos no futuro, como vamos criá-lo no presente? É impossível erguer uma casa começando pelo teto. Precisamos começar pela fundação. E isso é só no agora. O prazer da conquista no futuro passa por aproveitarmos cada segundo do presente. Errar e acertar, ser feliz ou ficar triste, agir e sonhar. Tudo isso faz parte do processo do agora. Somos seres que mudam diariamente e viver isso faz parte da construção da nossa essência e da nossa felicidade.

Ser feliz não é apenas o ser alegre e estar sorrindo. Ser feliz é viver o pacote completo.

Até pouco tempo atrás eu tinha a sensação de estar sempre buscando algo que ainda não tinha alcançado. Queria ter um bom emprego. Consegui. Depois condicionei a satisfação a uma promoção ou cargo superior ao objetivo inicial. Desejava um carro que fosse o suficiente para levar (eu) a mim e a minha família de um lado para o outro. Consegui também. Depois pensei que o que eu precisava era um carro com mais espaço, potência e tecnologia. E o raciocínio acabava servindo para quase tudo e atrelado ao material e tangível. Tudo isso acabava trazendo aquela sensação do estar buscando algo e a insatisfação. Parecia que eu estava como o Adam Sandler no filme Click (bom ou ruim, ele tem uma moral de fundo). Havia perdido a minha essência.

Hoje eu sou grato e muito feliz – e não apenas pelas coisas que temos. Sou feliz e grato pelo que sou como ser humano. Pelas minhas experiências. Todas elas. Na verdade, essa era a cenoura o tempo todo e eu não conseguia perceber. Conseguir ser o que quero ser e do jeito que quero ser. Essa mudança tornou possível que eu viva e sinta o presente. Sinto cada detalhe como se fosse um super-herói como o Homem-Aranha e tenha a hipersensibilidade dele. Mas não sou super nada, ok? Sou de carne e osso.

E não estou sozinho nessa. A minha professora, uma mulher daquelas e que me ensina todos os dias, está nessa comigo. Juntos somos mais fortes.

Por isso vou ser um pouquinho metido para dar um recado para todas as Bias que existam por aí:

Desfrute do presente e tudo o que ele dá. Viva o bom e o ruim, o fácil e o difícil, o doce e o amargo. Viva e sinta. Não abra mão dos sonhos. Lute por eles. Transforme-os quando precisar. Tenha ambição, sim. Ambição de ser alguém em plena mutação e aberta para o que a vida dá. Isso faz parte da jornada e é o que lhe confere esse sabor especial. O resto será consequência do que você é. E se uma porta estiver fechada ou emperrada, saiba que há outras que levam para o mesmo destino por outros caminhos.

Com essa coleção de frases de para-choque de caminhão é que termino o meu post de hoje. Esse sou eu, errando e acertando.

Beijinhos,

Wellington

25
mai

O dia muda todo dia e, na verdade, nada muda

adorable-animal-breed-374906

Em meus devaneios diários, acabo me deparando – com certa frequência – com alguns questionamentos sobre o que eu quero. O que deve ser alterado? O que deve permanecer? É errado querer mudar ou é pior querer deixar como está?

Percebo que tudo muda de maneira quase imperceptível – no fim das contas, sem mudar quase nada. Então o que me incomoda? É a falta de mudança ou a constante presença dela? Tenho como consolo os palpites dos mais velhos: “Você só tem 23 anos, eu também já fui assim”. Será que vou me entender em algum momento?

Sinto que vivo à espera de algo que ainda não conheço. Condiciono minha felicidade a momentos futuros, colocando toda minha energia naquele ponto distante. Quando finalmente chego a ele, percebo que a satisfação está ainda mais à frente e que devo, novamente, me esforçar para chegar lá.

Para meu conforto, encontro, então, uma conclusão: ainda não sei o que estou buscando, mas estou no caminho da descoberta.

Isso bastará até minha próxima reflexão, que poderá ser compartilhada aqui ou não, quem sabe? Rs.

Bia

 

18
mai

As leituras do mês #2

Bem, eu criei uma tradição aqui no Blog da Talk para falar sobre minhas leituras do mês, dessa vez, do mês de abril. É a segunda vez que faço isso, mas no meu coração já é uma tradição, sim.

Então, lá vai. Espero que um dia eu fiquei muito famoso, influencer de livro.

Incidente em Antares
Erico Verissimo

A imagem pode conter: texto

Sete defuntos não sepultados por causa de uma greve geral voltam putos da morte e decidem jogar umas verdades na cara da população.

Bom, esse é um clássico de nossa literatura que eu demorei anos para ler. Ainda bem, porque acho que eu não entenderia ou não me envolveria tanto se tivesse lido enquanto adolescente. É engraçado e assustador como o livro, escrito em 1971, poderia ter sido escrito essa semana mesmo, falando do mesmo Brasil de agora.

Canção de Ninar
Leila Slimani

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas

A mãe volta mais cedo do trabalho para fazer uma surpresa para seus dois filhos pequenos. Quando chega, encontra vizinhos histéricos, ambulâncias, a polícia. Adam está morto. Mila não vai resistir. Foram assassinados pela babá. Não é spoiler, a história começa pelo fim.

Se você procura entretenimento puro, esqueça. É cheio de camadas e a autora consegue abordar desde a loucura de uma pessoa que só se sente bem se for perfeita em sua subserviência até o conflito de classes na França.

Balada do Longe
Fernando Nunes

A imagem pode conter: texto

Livro do escritor e jornalista alagoano (e meu amigo) Fernando Nunes, conta a história de Ismael, que decide sair de Alagoas para morar em Curitiba e viver um amor intenso com Lorenzo, um homem que dava tudo e ao mesmo tempo nada.

O livro é curtinho e de uma delicadeza de chorar. Eu já tinha lido alguns poemas do Fernando, mas é o primeiro romance e bateu forte. É um poema narrativo que reflete sobre solidão, amor, religião, divino, numa mistura de histórias pessoais reais do autor com um romance bem direto.

Tempo é Dinheiro
Lionel Shriver

A imagem pode conter: texto

Um homem economizou a vida inteira para ‘A Outra Vida’, um lugar onde ele poderia se aposentar, viver os dias sem fazer nada e curtir cada momento depois de trabalhar igual um camelo por anos. Ele está disposto a ir com ou sem sua esposa e filho. Os planos mudam quando a esposa descobre um câncer e precisa usar o plano de saúde da empresa do marido. Assim, o livro vai esmiuçando o podre sistema de saúde norte-americano e fala sobre como ficar doente é caro. Quanto custa a vida de uma pessoa?

Lionel Shriver tem uma escrita dura, real e dolorosa, coisa que eu amo. Mas ‘Tempo é Dinheiro’ infelizmente foi um dos livros mais chatos que eu já li simplesmente porque Shriver constrói personagens apenas para desabafar sobre sua visão de economia, sistema de saúde norte-americano, impostos, taxas e tudo mais. Bem válido, mas sai tudo truncado.

 

7
mai

Abrindo a janela

dudu-lendo-2

É lindo de ver uma criança descobrindo o universo das palavras. Já não me lembrava de como era esse processo e do que ele representa na vida de uma criança. Meu filho de 4 anos está passando por essa fase e celebramos juntos cada pequena conquista.

Uma sílaba lida com sucesso é uma felicidade só! Quando ele percebe que juntando as sílabas logo está lendo uma palavra inteira, parece que se abre uma nova janela para o mundo. E com certeza se abre, pois ele percebe que é capaz de compreender essa forma de comunicação até então indecifrável e isso o deixa tão feliz. É lindo de ver.

dudu-lendo-1

As palavras impressas no pacote de bolachas, as que formam frases em outdoors pela cidade, as dos textos dos livros e revistas, nada mais passa imperceptível. Ele olha com atenção e fica sussurrando até juntar os pedacinhos (é assim que ele chama as sílabas) e descobrir uma nova palavra.

Desde que ele era bebê lemos juntos todas as noites. O universo mágico da literatura faz parte do seu cotidiano e o encanta. Espero, nessa era tão digital, contribuir para a formação de um leitor. Por meio da leitura viajamos, conhecemos novas culturas e histórias, nos tornamos pessoas melhores.

Bjs,

Aline Cambuy

 

27
abr

De linguiças

linguiça

Tenho dez minutos para escrever um texto para o blog da Talk. E é tudo que tenho – esse tempinho. Não tenho o tema, nem inspiração, nem sinapses para encadear caracteres nessa tela em branco. Sempre critiquei quem enche linguiça falando de suas dificuldades para escrever alguma coisa, em vez de escrever de uma vez.

Pois a língua é o chicote da bunda e eis-me aqui, com metros de linguiça para encher, tomando seu precioso tempo com coisa alguma.

Só o que me ocorre, a título de desculpa, é que estou num limbo criativo, em déficit acentuado de inteligência, essa competência que nunca tive em grandes doses, mas que tem me safado até agora.

Alguns meses de surra emocional me deixaram sem palavras. Venho gastando reservas para colar meus cacos e costurar os textos inevitáveis, aqueles dos quais não posso fugir por que são meu ganha-pão.

Então, por hoje é só, com meu pedido oficial de desculpas e uma vaga promessa de fazer direito da próxima vez.

Beijos