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17
jul

O legado da Copa do Mundo em ano de eleição

Depois de 32 dias, 62 partidas e muitos gols em cima da seleção brasileira, enfim, nossa vida volta ao normal. Só que não. Após a Copa do Mundo, vêm aí as eleições no mês de outubro e, depois de muito futebol, teremos que enfrentar as campanhas políticas para escolher os candidatos à presidência, senado, câmara dos deputados, governadores e assembleias legislativas.
E como tudo nesta época vira campanha eleitoral, os candidatos da oposição estão acusando os candidatos da situação de se autopromoverem com as obras da Copa. É aí que, então, na abertura e encerramento das festividades do mundial, eu vejo pela televisão a presidente ser vaiada a plenos pulmões pelo público, e realmente não entendo como isso pode ser chamado de ‘autopromoção’. Enfim, foi só um breve desabafo. Mas não é sobre este aspecto que quero tratar.
O que muito se fala após a Copa é sobre o legado que este grande evento deixou para o Brasil. As muitas críticas que o atual governo recebeu antes, durante e depois do mundial de futebol foram pelos altos gastos de dinheiro público com as obras das arenas e de infraestrutura para receber os turistas. Obras para inglês ver, como dizem. Em contrapartida, o governo enfatizou que a economia será fortalecida com o turismo, construções, investimentos estrangeiros e aumento das oportunidades de emprego.
Acredito que este evento nos deixou, sim, heranças negativas, as quais enfrentaremos após a festa, mas, sem dúvidas, deixou muitas heranças positivas. Apesar de todos os imprevistos, manifestações, depredações, atrasos nas obras, excessos de gastos e a imprensa nacional e internacional prevendo o pior, o Brasil superou as expectativas, fez a imprensa mundial mudar de opinião e foi um anfitrião exemplar.
Mais que o legado físico deixado com as arenas e as obras ao entorno, o legado humano talvez seja o que merece mais destaque entre as heranças deixadas pelo mundial. Denominada como a ‘Copa das Copas’, o país surpreendeu o mundo nos quesitos organização, estrutura para receber os turistas e, principalmente, pelo público brasileiro que recepcionou muito bem seus visitantes. Desde o começo acreditei que o Brasil seria um exemplo de anfitrião, e assim foi. O temor com os protestos que poderiam assustar o mundo e espantar os turistas foi abafado pelo entusiasmo brasileiro que entrou no clima esportivo. As poucas manifestações que ocorreram foram pacíficas e as esparsas ações de vândalos foram logo contidas pela polícia, atenta e preparada para esses casos.
Os impactos econômicos ainda não foram medidos após a Copa, mas a reputação do país perante o cenário mundial foi reforçada com uma imagem positiva mostrada pelo Brasil com o bom andamento do evento. E, politicamente, tal fato pode gerar interesses em investimentos por parte dos países estrangeiros, o que faz crescer a esperança de ganhos econômicos no futuro.
E o que isso gerará de benefícios concretos para povo, no sentido de redução da pobreza e investimentos em serviços básicos como saúde, educação, emprego e saneamento para regiões pouco abastecidas? Impossível prever. Como também é impossível não atrelar o desempenho de um evento esportivo deste porte com interesse políticos. É bem provável que o sucesso de um evento como a Copa do Mundo seja usado para promover o governo federal durante as campanhas políticas, ainda mais com a chegada dos Jogos Olímpicos que ocorrerão em 2016, no Rio de Janeiro.
Em ano de eleição promessas virão, políticos se mostrarão contra e a favor destes eventos. Mas, para mim, o que merece ser levado em conta é o povo deste país que, apesar de todas as adversidades, tem a força e a perseverança para fazer dos problemas uma motivação para se superar e destacar. Após a Copa, é hora de fazer valer nossos direitos e exercer a nossa cidadania através do voto para mudar o que está errado. Não depender de grandes eventos para mostrar ao mundo que este é o país do futuro e que vale a pena investir aqui.
Agora, sim, é a hora de utilizar a força do gigante que se fez presente nas manifestações no ano passado, de uma forma pacífica e inteligente para mostrar ao mundo que este país não é só futebol e festa, mas também uma federação engajada e interessada em aplicar os benefícios advindos com a herança desses megaeventos esportivos e de todos os outros que virão. Parece utópico pensar desta maneira, mas, se não tivermos esperança, o que nos sobra? Somos brasileiros e não desistimos nunca…

Aldy Coelho

14
jul

Balanço semestral

growthFechamos, aqui na Talk, este primeiro semestre com um crescimento de 14,74% no faturamento, se comparado com os seis primeiros meses do ano passado. Show de bola, ainda mais se lembrarmos que o aumento de 2013, em relação ao ano anterior, foi de 43%. Crescimento seguido deste jeito não é fácil!

Mas o melhor mesmo dessa fase boa é o clima interno que ela gera. Nossa equipe, inclusive, está maior, e conta agora com seis jornalistas: 5 moçoilas em Curitiba e 1 bendito fruto em São Paulo. Para se adaptar à nova equipe, fizemos uma reforma na agência, que ficou bem bonitona.

E, para incentivar ainda mais o bom desempenho do pessoal, começamos neste semestre a distribuir um vale-inspiração, gasto com itens ou serviços relacionados à cultura, como livros e cinema. Continuamos com nossas tardes de sexta-feira de rodízio de folgas, e neste semestre ampliamos nossa biblioteca interna e nosso acervo de veículos de mídia para consulta.

Também demos, no começo deste ano, uma repaginada no layout do site da Talk. Também ganhamos novos clientes: a Construtora Laguna e o leiloeiro oficial Helcio Kronberg. E o principal: cada vez mais vamos conquistando o nosso objetivo de ser reconhecida como a melhor Assessoria de Comunicação do Paraná.

Beijos,

Karin Villatore

8
jul

Tecnologia: aliada ou vilã?

transcendenceQuem nunca se fez esta pergunta, que atire a primeira pedra e me critique por estar fazendo. Sempre que vejo algo relacionado começo a pensar sobre o assunto. No final de semana assisti ao filme Transcendence, de Wally Pfister. O filme, com tradução para o português Transcendence – A Revolução, é uma produção inglesa, chinesa e estadunidense e entra nos filmes mais ou menos estrelados por Johnny Depp que, na minha opinião, é o único. O longa metragem é bastante inteligente, mas propõe diversas discussões muito superficiais, sem se aprofundar em nenhuma. Mas não sou crítica de cinema e não estou aqui pra falar disso.

O fantástico elenco de Depp, Morgan Freeman e Rebecca Hall me fizeram pensar a respeito do mundo, suas origens, quem somos, de onde viemos e para onde vamos. A história do filme retrata, resumidamente, um casal de cientistas super inteligentes que revoluciona a tecnologia, mais do que ela já está, com o protagonista morrendo e ressurgindo “eletronicamente”, invadindo todos os dispositivos mundiais com acesso a internet, pegando dados e, paralelamente, ajudando as pessoas da maneira mais bonita: curando doenças irreversíveis. Como nada é perfeito, quando a tecnologia fazia o bem, o protagonista virtual implantava um código fonte nas pessoas, fazendo com que elas virassem uma espécie de soldados ao seu comando.

Enfim, não vou contar o final, mas ele só é bacana pois existe uma gangue antitecnologia no filme que impede que o mundo vire o globo dos robôs dominados por um ser virtual pensante. Bem, o que dizer a respeito? A sociedade está caminhando para algo cada vez mais próximo da era da inteligência artificial. Se pararmos para pensar, o mundo mudou da água para o vinho em 25 anos ou menos, após a criação da internet e sua propagação pelo mundo. Mal tínhamos telefone fixo, as correspondências eram feitas por carta, televisão era somente para os ricos, celular, então, aquele tijolão que tinha que ser segurado com as duas mãos e acessível a uma minúscula parcela da população pelo preço altamente elevado. Hoje contatamos pessoas do outro lado do planeta com um clique, em qualquer hora, momento e lugar. Você pode, inclusive, fazer uma videoconferência usando o seu smartphone com um parente distante no Japão, comprar comida pelo telefone, pagar contas, fazer check in e até fazer ligações telefônicas, veja só.

Paralelamente ao filme, me deparo com uma matéria online da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, falando que o mundo real vai acabar em 2015 (veja no link: http://revistapegn.globo.com/Colunistas/Jack-London/noticia/2014/06/o-mundo-real-vai-acabar-em-2015.html). Palmer Luckey, um jovem de 20 e poucos anos, criou uma tecnologia que pode mudar o mundo: o Oculus Rift, que tem o objetivo de desfazer qualquer diferença entre a realidade física-emocional e a realidade virtual. Ou seja, a ideia é um mundo digital tão envolvente e “real” que nosso cérebro não conseguirá distinguir as diferenças. Um habitante do planeta poderá, por exemplo, estar em uma praia e viver todas as sensações de esquiar no Alasca. Ou, mais extraordinário ainda, viver em uma comunidade carente da Etiópia e ter a certeza e realidade diária de morar em Paris.

Tudo bem, o adolescente criador do projeto ficou bilionário, pois, após experimentar o Oculus Rift por uma hora, Mark Zuckerberg (sim, ele, o poderoso) tirou, sem pestanejar e nem chiar, dois bilhões de dólares do bolso para comprar parte da empresa que Luckey fundou. Olha, na verdade, sempre acho essas coisas de o mundo acabar, de a tecnologia engolir a humanidade, de ETs muito mais evoluídos que nós dominarem a humanidade, muita teoria da conspiração. Eu geralmente só acredito vendo e, no que diz respeito aos ETs, prefiro não ver. Mas, pelo sim ou pelo não, com tanta evolução, inteligências e novas tecnologias, vale a reflexão: onde o mundo vai parar?

Fabíola Cottet

3
jul

Voto sem saída

Este será o primeiro ano em que votarei para uma eleição presidencial. Deveria ser libertador saber que posso ajudar a escolher o governo do meu país, porém, quando paro para pensar nas opções, encontro-me em um beco sem saída. Nunca me atraí pela política até entrar na faculdade, onde uma professora mostrou que simplesmente tudo é política, até mesmo optar por não gostar do tema. Uma vida com seres apolíticos nunca iria para frente.

O que acontece é que a política exdownload (1)ercida na luta pelo governo é apelativa, chegando, muitas vezes, a causar asco. E acho que este sentimento não existe só em mim.  Já é normal associar a imagem de um político ao personagem falastrão e vigarista. Muita gente afirma que alguém pode até ter boa intenção, mas que, se entrar no mundo da política, certamente irá se perder. Seja pelo clima de impunidade que permeia os ares de Brasília ou pela simples predisposição que habita o ser humano de querer mais poder e benefícios para si mesmo.

Observo que o Brasil vive uma época em que não há mais confiança nos governantes. Afora militantes, a população parece não ver grandes diferenças entre os partidos. Se há uma visão de distinção, fica no já manjado “direita x esquerda”, conceito este que está cada vez mais confuso.

Talvez isso seja resultado de uma falta de orientação política, principalmente nas escolas. Lembro-me de todos os meus professores dando suas matérias na escola de forma engessada: matemática é matemática, português é português. Poucos se importavam em ir além, em transformar os alunos em uma massa crítica e bem informada. Apenas um professor no último ano do ensino médio tentava fazer com que pensássemos nos conflitos políticos existentes. Uma frase dele, especificamente, me vem à cabeça hoje quando penso em quem votar. Ele disse que a sua política pessoal era a de nunca reeleger um partido, pois esta era uma atitude essencial para a manutenção da democracia. Vejo sabedoria na afirmação deste professor que, com seus cabelos bem branquinhos, deve ter inspirado muitos alunos a pensar em seus papéis de cidadãos. Eu demorei alguns anos a perceber a importância de tudo que ele dizia em sala, mas hoje levo comigo muitos dos seus ensinamentos.

Continuo ainda sem saber o que fazer com o meu voto, que é tão pequeno sozinho, porém gigante ao lado de milhões de outros iguais a ele. Mas, quando achar uma saída e fizer minha decisão, espero, profundamente, que o que eu digitar na urna valha a pena.

Amanda Pofahl

27
jun

Eu amo a Copa do Mundo

Não há como não falar de Copa nessa época, ainda mais com esta edição que está acontecendo na nossa casa. Sim, nós temos inúmeros problemas e muitas obras deixaram de ser feitas. O maior legado que a Copa poderia deixar, que seria uma reformulação de toda a infraestrutura, principalmente das cidades sede, não aconteceu. Mas o evento está a todo vapor e com jogos emocionantes, de tirarem o fôlego. Viradas, goleadas, times que seriam teoricamente fracos surpreendendo campeões mundiais, sendo que alguns destes já até embarcaram de volta pra casa, deixando a competição mais cedo, como são os casos de Espanha, Inglaterra e Itália. Esta é a copa das surpresas.

O que não é surpresa é a nossa receptividade e simpatia com os estrangeiros que vieram pra cá. O Brasil já tem fama de bom anfitrião pela descontração e energia intrínseca na cultura do brasileiro. Eu presenciei cenas de brasileiros se apresentando e conversando com os gringos, falando sobre o país. Sobre as coisas boas no caso. Eu mesmo fiz esse papel com dois alemães que encontrei na Vila Madalena, bairro da zona oeste de São Paulo, famoso por ter diversos bares e por ser muito movimentado, principalmente nos fins de semana. Agora, no período da Copa, todos os dias lá parece Carnaval, as ruas lotam de gente de todas as nacionalidades.

Aliás, esse clima de Copa é uma das coisas que mais me fascinam. De quatro em quatro anos tenho esse sentimento, de festa, alegria. O mundo para ver o esporte mais popular e, particularmente, o que eu mais amo. Podem até dizer que é hipocrisia e que o brasileiro só é patriota em tempos de Copa. Mas não há nada mais gostoso do que sair na rua em dia de jogo na nossa seleção e ver a maior parte dos carros com bandeiras, os prédios decorados de verde e amarelo, e mais da metade das pessoas nas ruas vestindo a amarelinha. Algumas pessoas podem lutar contra a alegria e satisfação desse clima mas, pelo menos por este mês de Copa, eu vou me deixar levar por essa energia que me faz tão bem. Confesso, eu amo a Copa do Mundo.

Gustavo Scaldaferri

13
jun

Para dizer adeus

Fiquei incumbida de escrever, justamente nesta semana – a minha última aqui na Talk –, um texto para o blog. Difícil relatar todos os momentos que passei por aqui. Aprendi muito na agência, fiz amizades e conheci pessoas. No final tudo se resume aos relacionamentos que fizemos e à bagagem que levamos. Agradeço a todas as pessoas que encontrei nessa jornada. Cada uma foi importante para transmitir a pessoa que sou hoje. Não tenho medo do que deixo, pois acredito que nestes três anos dei o meu melhor. O meu legado eu levo embora, mas deixo um pouquinho de mim.

A todas as meninas queridas que ficam obrigada por tudo, pela amizade, pela parceria, pelos ensinamentos e também por aguentar os dias de TPM – trabalhar só com mulher, às vezes, não é fácil.

Hoje saio realizada e com o sentimento de dever cumprido. Obrigada a todos que compartilharam esses momentos e, com certeza, nos encontraremos pela vida, nem que seja pelo Facebook!

 Beijos e até a próxima.

 Luanda Fernandes

6
jun

Curitiba 2.0 – I love that!

Há três meses em Curitiba, algumas coisas têm me encantado mais que outras. A variedade de parques, ambientes culturais e pontos turísticos superam de longe minha pequena e singela Taubaté. Em compensação, o povo curitibano nem sempre é tão aberto ou simpático, comparando novamente com a minha cidade, onde velhinhas nos terminais oferecem ajuda mesmo sem a gente pedir, só para puxar um papo.

No último final de semana, uma manicure do salão em que fui pela primeira vez me perguntou se eu era de fora e, ao ouvir a afirmativa, ela logo emendou um “Eu sabia! Você tem boa conversa!”. Só depois entendi o que ela quis dizer com isso. Já meus amigos taubateanos, que vivem há mais tempo em Curitiba, me contaram sobre as trezentas teorias que existem para justificar tal comportamento. Mas, no fim das contas, até que tive sorte, pois até agora só encontrei curitibanos ‘com boa conversa’.

Agora, no mundo da comunicação, um exemplo que mostra exatamente como quebrar essa sisudez curitibana e até mesmo essa aridez da burocracia, tem me feito rir e amar ainda mais essa cidade que escolhi. A Prefeitura de Curitiba tem dado um show no que diz respeito à administração de suas redes sociais, com destaque para o Facebook. Esse canal mais acessível ao público e que, normalmente, recebe dezenas de reclamações referentes aos órgãos públicos ligados à prefeitura, tem mostrado como a descontração e o bom humor pode ser a chave da empatia e aproximação com seu público alvo. Essa estratégia de comunicação tem como objetivo fomentar o diálogo e a transparência com a população.

Até o momento, a página já tem mais de 200 mil likes e, segundo o diretor de redes sociais da prefeitura, Marcos Giovanelli, o projeto denominado “Curitiba 2.0” foi inspirado nas mídias digitais de cidades como Barcelona, Amsterdã e Nova York. Com uma linguagem mais popular, postagens irônicas sobre o clima instável, ‘memes’ e informações do trânsito em tempo real dividem espaço com as notícias e divulgações oficiais da prefeitura.

Este formato deixa bem claro como o público participa e, dentre os fãs, tenha até mesmo pessoas de outras cidades. É claro que algumas reclamações continuam, mas a equipe utiliza a ferramenta justamente para se aproximar do cidadão e ouvir suas necessidades. O tom despojado tem atraído até outras administrações a utilizar o formato, que buscam informações com a equipe de mídias digitais da prefeitura a fim de obter o mesmo sucesso.

A página de ‘Prefs’ de Curitiba tem dado certo pois, além de prestar o serviço a que se destina, faz com que a gente pare por dois segundos, ria e compartilhe uma novidade, e o humor, não tem jeito, seduz até o mais carrancudo dos curitibanos.

Aldy Coelho

30
mai

Vai ter Copa

E já que o assunto é a Copa do Mundo, por qual motivo não falaríamos dela? Bem, os leitores perceberão no texto, mas eu não sou a favor da Copa do Mundo no Brasil. Não estou dizendo isto porque detesto futebol, pelo contrário, sempre assisti às Copas, vibrei e torci pelo Brasil, como boa patriota que sou.

 A minha posição se refere a todo o cenário criado em torno do evento. Falando em um aspecto amplo, greves no Brasil não estão faltando, em todas as esferas da sociedade. Durante o ano, já vi notícias falando da falta de lanche para os funcionários públicos, como policiais militares (PM). Tive notícias também que os cães da PM estavam sem ração. E ainda nem comecei a falar de faltas. Isso mesmo, falta saúde, falta segurança, falta educação. shutterstock_193572167Não critico o evento como Copa do Mundo, mas critico, sim, a má gestão de nossos governantes, o desvio descarado de dinheiro público e a falta de consideração com a população, que é quem está pagando o preço.

 Sendo um pouco mais específica, darei um exemplo. Moro e trabalho no mesmo bairro, o Água Verde, em Curitiba, pertinho da Arena, estádio em que serão sediados os jogos aqui na capital. O local onde moro não entrou na chamada “zona de restrição” por apenas duas quadras. Mas fico imaginando quanto tempo levarei para sair de casa durante esse período. O pior é que, na zona de restrição, que é uma área de dois quilômetros ao redor de todo estádio, o bloqueio ocorre para carros e pessoas não cadastradas, carros não podem ficar estacionados nas ruas e o acesso de moradores, táxis e trabalhadores se dará por meio de cinco “pontos” de entrada. Além disso, todas as empresas que ficam dentro do perímetro e no entorno tiveram que readequar todo o seu horário de trabalho, com um prejuízo de horas perdidas de trabalho e produção. O que será sem volta.

 E aí fica a reflexão: vale a pena ter Copa do Mundo no Brasil?

 Fabíola Cottet

19
mai

Figuras de palavras

Costumo chamar o meu pai, que é magro, de Gordo. E sempre que escrevo um email pra ele fico observando o quanto a palavra lembra o que ela representa. G O R D O. Quase todas as letras são redondas, as únicas vogais são uma bola, todas as consoantes têm espaços gorduchos. Talvez a única falha de quem inventou o G O R D O foi ter se esquecido de colocar, em algum lugar, a letra B, que considero um símbolo da protuberância.

Do outro lado da fofura destaco as palavras terminadas – ou recriadas – com a letra i. Leia a frase abaixo:

Coisa mais linda do mundo.

Agora, na versão Bambi bebê:

Coisi mais lindi di mundi.  

Entendeu a diferença?

E dessa viagem reflexiva me vem à memória outra fantasia do idioma: as palavras que imitam os sons. Zumbido, gemer, cacarejo, miar, chiar, urro, grunhir, assobio, murmuro, chuva, sussurro, xixi. Os gramáticos e os estudantes de cursinho pré-vestibular dão o nome chique de onomatopeia pra essas figuras de linguagem.

Meio que juntando – e retomando – as duas ideias acho que GORDO, além de graficamente dizer a que veio, tem som de tamanho grande. Que nem malemolência. Mas aí, se este post for entrar nessa conversa da fonética, eu teria muiNta coisa a escrever. Então, melhor parar por aqui.

Beijos,

Karin Villatore

14
mai

E nós concordamos com o passarinho

Bem, desde o dia 29 de março sou uma mulher casada perante a lei. No dia 05 de abril nós fizemos uma pequena comemoração, cerimônia simples, para poucas pessoas, mas tudo, ou quase tudo, correu como planejado. Tudo dentro do figurino, tudo bem além do que eu havia sonhado.

 Aconteceu que dia 05 de abril também foi a data do aniversário do meu marido, dia em que ele comemorou 36 anos de vida. Resolvi fazer uma pequena surpresa e escrevi uma homenagem para ele, que reproduzo abaixo, pois algumas pessoas gostaram bastante do texto.

 “Com tanta coisa pra falar meu amor, e a palavra amor resume quase tudo. Chegando sutil e desmedido como um furacão, arrancando meus pés do chão e fazendo a mente pairar sobre a utopia permanente da insanidade que é amar. Tão cheio de razão e eu tão sem argumentos que o calem, minhas certezas que um dia foram, hoje são todas passado. Entrega de tudo, meu tempo, meus singelos pensamentos, são todos seus, não domino mais meus sentimentos.

 Um amigo me disse que seria assim, eu não sentiria e sentiria tudo ao mesmo tempo. Acho isso estranho mas os amantes nunca são normais. Talvez seja assim mesmo qpostue o amor ama, descabido, sem lógica e sem o mínimo sequer de nexo, porque o nexo do amor é nós dois juntos. Sem lógica, porque toda a lógica preferiu se esvair, ela viu que entre nós não havia espaço para ela. Chega destruindo pra causar felicidade ou causa felicidade e deixa destruição. Mas ninguém disse que amar seria fácil. E se alguém disse, se enganou. Tenho certeza que os casais aqui irão concordar comigo. Quantas vezes vocês discutiram? Quantas vezes vocês discordaram um do outro? Quantas vezes vocês brigaram? Mas o mais importante,vocês superaram tudo isso e estão aqui, o amor sempre falou mais alto. Quer exemplo mais lindo que seus pais e meus pais? Eles, apesar de todas as dificuldades enfrentadas, estão ali juntos, no caminho que percorreram e percorrem até hoje.

 Não vai ser fácil. Pra ninguém é fácil meu amor. Mas entre todas as dificuldades tenho certeza que estaremos ali. E olha, vou dizer uma coisa, eu nunca sonhei em casar de branco, com um vestido de noiva e essas coisas. Mas cá estou. E gente, se eu soubesse que casar era tão bom e tão divertido, eu teria casado antes! Sério mesmo.

 Mas, voltemos ao motivo principal desta pequena homenagem: você. Meu amor, em três meses, apenas três meses, a gente se conheceu (como todos descobriram hoje, pelo Tinder), namorou, noivou e hoje está casando. Em três meses e nove dias, nós viajamos para outro país, tomamos um vinho em Bento Gonçalves – lá, na Casa Paroquial da Paróquia Cristo Rei, que você me pediu em noivado, lembra? Com a aliança menor que o meu dedo, pois a do tamanho certo ainda não tinha chego. Nós nos mudamos, organizamos um casamento, compramos coisas para casa, descobrimos o quanto é caro comprar produtos de limpeza e higiene pessoal… E você descobriu que amendoim não é fabricado em uma empresa, ele vem de uma plantinha. Nós planejamos uma vida juntos em três meses meu amor, posso dizer com toda certeza que hoje é o dia mais feliz da minha vida. Eu descobri em você o meu amor, meu amante, meu amigo, meu cúmplice e meu companheiro. Eu tenho ao meu lado o homem mais gentil, sincero, inteligente, lindo, amável e compreensivo que já conheci. E hoje, além de ser nosso casamento, você está completando 36 anos. Presto esta pequena homenagem a você, meu amor, para dizer que amar de verdade é passar a vida inteira ao lado de uma pessoa e ainda achar que foi muito pouco. E eu tenho certeza que daqui a 50 anos eu ainda gostaria de ficar os próximos 500 anos ao seu lado, se isso fosse possível.

 Quando eu menos espero você vem e me abraça, dizendo que sentiu minha falta… Quando eu menos espero você me puxa pela cintura e diz que estou mais linda do que nunca. E aí é que eu me lembro que ainda estou de pijama e com um coque mal feito no cabelo. Te abraço e nesse momento o tempo para. As borboletas do meu estômago começam a dançar e meu coração de alguma forma me avisa que é você. Se seu sorriso não tivesse aparecido em minha vida meu amor, meu mundo estaria cinza.

 Eu termino esta pequena homenagem, meu amor, dizendo que eu amo você, lhe desejando os meus mais profundos e sinceros votos de felicidades. Parabéns meu amor, tudo de bom, saúde, sucesso, alegria e paz pra você e pra nós e que, no ano que vem, os 37 sejam muito melhores que os 36. Pode ter certeza que, no que depender de mim, eles serão.

 Pra terminar, o nosso poeminha:

Foi um passarinho que me contou…
Que não vale a pena guardar sonhos,
Nem esconder sentimento.
Que não é bom voar sozinho
E que todo mundo quer formar um ninho.
E eu concordo com o passarinho.”

Fabíola Cottet