Não me lembro de comemorar os aniversários quando criança. Recordo que fui a várias festinhas. Nenhum delas era a minha. Talvez tenha tido uma quando ainda era muito pequeno. Sei que os meus pais não tinham muitas condições, mas não me lembrar delas acaba tendo reflexos.
Tenho muitas dificuldades em celebrar o meu aniversário. Fato. Não sei como agir, o que falar ou fazer. Sério. Cê não tá entendendo a gravidade da situação. Eu quase que paraliso. Viro meio que um bicho do mato como dizem no Rio Grande do Sul. Junta-se a isso o fato de morar longe da família e não curtir ficar ao telefone, e está feito o estrago. Sabe aquele que não sabe o que fazer nos parabéns? Sou eu.
Mas em 2011 a coisa começou a mudar de figura. Minha transformação – ainda lenta e em andamento – iniciou. Encontrei a metade que é exatamente o oposto. A Amanda, minha esposa. Tutti para os mais chegados. Ela é a pessoa que mais ama aniversariar. Verdade. Ela adora planejar o dia, saber aonde vai, o que fazer, esperar as pessoas ligarem e ficar horas conversando no telefone, receber os cumprimentos pessoalmente, responder a quase uma centena de felicitações nas redes sociais e ainda ter pique para bater perna no shopping para trocar o presente que o marido escolheu e não serviu.
Gente, que fôlego!
E como descrevê-la me fez parecer tão rabugento! Preciso rever isso. Parece tão bom celebrar o aniversário e receber o carinho das pessoas… Seis anos foram insuficientes para a metamorfose completa. Espero que as filhas ou filhos venham com essa carga genética da mamãe. Até lá, eu prometo aprender tudo com a mestra dos aniversários.
Beijos,
Wellington