16
jun

À espera de um milagre

NaniOnibus2Eu nunca me interessei muito por carros, não sei bem o motivo. Desconheço quais são os modelos, não sei nem mesmo a engenharia básica dos veículos. Uma vergonha, eu sei. Depois da invenção do Uber eu me sinto motorizado e livre para transitar pela cidade. Por isso, tirar a Carteira de Habilitação nunca foi um grande sonho, mas isso mudou.

Eu cansei.

Já chega.

Dias desses, acordei no meu horário habitual, me arrumei para o trabalho e fui esperar o ônibus amigo, lá perto de casa. O maravilhoso veículo coletivo e democrático deveria chegar em, no máximo, 10 minutos. Mas os 10 viraram 20. Os 20 viraram 30. Até que os 30 viraram 40. Eu estava enlouquecido!

Não é possível uma coisa dessas. Tenho certeza que algum cardíaco passaria mal. O cidadão começa a sentir coisas estranhas. Primeiro, a preocupação te invade porque você vai se atrasar para o trabalho. Segundo, suas pernas começam a doer por causa do tempo em que você está de pé. Terceiro, a irritação normal se junta com a irritação dos demais, que começam a reclamar do ônibus, da política, do ser humano, de todo o Universo. Quarto, o sentimento de impotência diante de uma situação como esta acaba imperando. Afinal, você não consegue se locomover de um local para o outro! Eu não aguento. É uma palhaçada!

Enquanto você está lá, esperando um milagre acontecer, já começa a bolar muitos planos pra sair dessa situação. Eu vou comprar um carro, eu não aguento mais, isso não é meu mundo, meu pai do céu, como isso pode acontecer? Será que o ônibus estragou? E aí começam a aparecer vários ônibus, um atrás do outro, mas no sentido contrário!! Você tem vontade de sentar, chorar e desistir de tudo.

Tudo isso eu senti. Até que de repente surgiu aquela figura maravilhosa, imponente, grandiosa, linda. O ônibus chegou. Todos olharam com cara feia para o motorista, que não deu nenhuma satisfação, mas a felicidade pelo transporte público ter chegado imperou e todos se sentiram aliviados, embora atrasados.

Já passei por isso algumas vezes e nunca é prazeroso. Por isso, estou arquitetando um plano para adquirir um automóvel. Os biólogos que me perdoem (mais um carro poluente e tal), mas pra mim já chega.

E vamos seguir acordando cedo!

Beijos

Rodrigo

 

 

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