Bom, vou aproveitar este meu primeiro post para me apresentar. Sou a mais nova integrante da equipe Talk. Meu nome é Aldy Coelho, sou jornalista (e atriz nas horas vagas) do interior de São Paulo e cheguei recentemente em Curitiba em busca de novidades. Na verdade, coisas novas são o que me move, me fazem sair da entediante rotina, me põem em contato com a diversidade, e me mostram diariamente que não vim para este mundo a passeio.
Não sei se todas as pessoas pensam desta forma, conheço gente que não sai da rotina de jeito nenhum. Já eu, pago pra não entrar nela. Sou daquelas que gostam de experimentar comidas exóticas (com ressalvas, claro!), de mudar radicalmente o corte de cabelo, de mudar de gosto musical, de sair sem destino só para ter o prazer de descobrir lugares e pessoas diferentes.
Por esta e muitas razões (que deixariam este post longo demais) saí da pequena cidade de Taubaté e vim para Curitiba experimentar o novo. Mas como disse um amigo, sem antes fazer uma escala em Dublin, na Irlanda, onde passei dez meses e retornei em janeiro deste ano.
Agora, pensando num futuro próximo, quero ainda mais desbravar esta capital, mergulhar neste trabalho de comunicação que eu adoro, me especializar ainda mais neste campo, construir uma base sólida, porque mesmo com o espírito aventureiro, pretendo um dia criar raiz.
Quero desde já agradecer a Karin que me abriu as portas, e espero poder compartilhar com vocês, leitores deste blog, o que de novo e interessante eu já vi e descobri, seja aqui ou pelas minhas andanças.
E, para fechar minha apresentação, segue um texto dela, que eu adoro, Clarice Lispector, sobre o novo.
MUDANÇA
Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama… Depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de tv, compre outros jornais… leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua. Corrija a postura. Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia.
O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.
A nova vida.
Tente.
Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado… outra marca de sabonete, outro creme dental…
Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude. Lembre-se de que a Vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena !!!
Beijo!
Aldy Coelho