Arquivo mensais:março 2021

19
mar

Conforto

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Nesse período de quarentena eterna em que vivemos, passei por alguns momentos em estado de alerta. Não que eu estivesse fazendo alguma coisa ativamente, mas a cabeça não parava. As notícias aterradoras e a necessidade de permanecer sempre ligado nas novidades me deixaram ansioso e sem relaxar, mesmo estando em casa em um ambiente propício ao relaxamento.

Nos últimos dias, então, descobri uma maneira de me sentir confortável: voltar a fazer pequenas coisas básicas que de longe parecem besteiras, mas para mim foram gigantes.

  •         Aproveitei um final de semana frio para colocar a televisão no quarto e ficar vendo filmes ruins, séries levinhas e novelas clássicas.
  •         Desliguei o celular e todos os eletrônicos para me concentrar numa leitura por horas.   
  •         Cozinhei e fiz tortas para comer junto de um cafezinho fresco.
  •         Me empanturrei de porcarias em um final de semana, apenas porque sim.
  •         Ressuscitei meu bom e velho PlayStation 3 e me transportei para um jogo maravilhoso até finalizá-lo.
  •         Respirei fundo para fazer tudo com calma. Almoço com calma, trabalho com calma, pensamentos com calma.
  •         Fiz faxina na casa (com calma) e ouvindo podcasts.

Não funciona todos os dias e nem em todas as situações, claro. Mas às vezes a gente esquece de pequenos hábitos que nos fazem bem, porque achamos que devemos fazer outra coisa, porque é mais útil ou porque estamos condicionados a estar sempre pilhados. Mas útil, para mim, é o que me faz bem e me protege dessa loucura toda que estamos vivendo.

Convido a todos a relembrar o que gostavam de fazer. Façam por horas, por dias, até se sentirem revigorados. Somos nossa melhor companhia.

Rodrigo

 

wandavision

12
mar

O amor e o luto em Wandavision

Já falei aqui no blog sobre filmes que nos ajudam a passar o tempo livre durante esse longo período de isolamento social, mas deixei de lado um dos meus passatempos favoritos (junto de ver novelas): maratonar séries.

E uma das séries que está movimentando este início de ano é Wandavision – que teve seu último episódio exibido pela Disney+ na semana passada. O fato de a série atingir um público além de quem acompanha a saga do Universo Marvel (que mescla histórias de diversos super-heróis no cinema e na TV) é sintomático de sua proposta: como lidar com o luto e o amor que vai além da vida?

Diante de um cenário em que estamos perdendo mais de mil vidas todos os dias no Brasil, com uma soma que já passa dos 2 milhões de mortos pelo mundo, o luto se tornou um sentimento quase rotineiro, mas que dificilmente pode ser amenizado de forma simples.

A protagonista da série, Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen), representa milhares de pessoas que, da noite para o dia, tiveram entes queridos ceifados (como num estalar de dedos do vilão Thanos, que nos filmes da Marvel fez evaporar metade da vida do universo), sem poder se despedir adequadamente ou mesmo viver o luto da forma como cada indivíduo necessita. Se você tivesse super poderes, não desejaria criar uma realidade colorida, emulando sitcoms de sucesso dos tempos áureos da TV, onde pudesse viver novamente ao lado da pessoa amada que faleceu?

Sem deixar aqui nenhum spoiler do enredo da série, o fato é que Wandavision emociona e nos faz refletir justamente pelo seu aspecto mais humano e universal: as maneiras pelas quais podemos lidar com o amor que ultrapassa a linha entre vida e morte, já que algumas pessoas nos marcam profundamente e talvez nunca nos deixem por completo. 

Lembrar os bons momentos vividos, sonhar com um reencontro em outra dimensão, visitar locais e pessoas que nos recordem o ente querido falecido são atos comuns e cumprem um “ritual” de aceitação daquilo que é inevitável, mas que nossa mente frequentemente teima em esquecer: somos seres finitos e devemos buscar a felicidade, ainda que nas pequenas coisas, antes que a vida passe.

Mas é preciso dosar toda essa carga de nostalgia e boas lembranças para que não interfiram na vida que construímos a cada dia e nos sonhos que ainda queremos realizar, cultivando as amizades e relações familiares que valem a pena.

Acho que a chegada aos 30 anos me deixou mais reflexivo e sentimental do que eu esperava! Mas isso é assunto para um próximo texto…

Abraços,

André

3
mar

Pedale

pedale

Um dia, depois de manter uma criança por quase um ano dentro de casa fazendo aulas online, as férias chegaram. Sempre tão esperadas, as férias de verão desse ano tiveram um gosto diferente. Não foi possível programar nenhuma viagem, nenhum passeio, nada. Simplesmente nos vimos em casa e, pra piorar, sem os encontros diários pelo zoom com a turminha da escola. A rotina se resumiu a brincadeiras com os cachorros no quintal e horas de televisão. Ainda bem que temos quintal, mas uma criança de 7 anos tem muita energia pra gastar.

Então, resolvemos tirar as rodinhas da bicicleta e treinar diariamente na calçada de casa. No início foi frustrante, difícil, alguns tombos e muito chororô. Mas ele conseguiu! E quando conseguiu ficou deslumbrado. A sensação de superação tomou conta do pequeno. Feliz da vida, passou a praticar todos os dias. Queria mais, queria ganhar o mundo sobre duas rodas.

Em pouco tempo ele ganhou ritmo e aprendeu a usar os freios, então passamos a pedalar juntos. Eu redescobri o quanto é prazeroso andar de bicicleta. Além de ser bom, é um exercício para o corpo e para a mente. 

Começamos a frequentar alguns grupos de pedal kids, fizemos novas amizades, algumas trilhas, superamos limites e, principalmente, nos divertimos juntos. Reduzimos a ansiedade por aqui e agora temos um novo hobby que espero levar pra vida.  

Enquanto isso, fecha escola, abre escola. Reuniões online, reuniões presenciais. Fecha mercado, abre mercado. Temos leitos, não temos mais. Aumentam os casos de Covid-19. Chegam vacinas, faltam vacinas. Esse cenário só confirma que a pandemia está longe do fim. Vamos seguir com nossas rotinas e buscar alternativas para manter a saúde física e mental.   

E você? O que tem feito pela sua saúde? 

Aline