Arquivo mensais:novembro 2020

26
nov

O primeiro Natal do resto das nossas vidas

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Nosso trio inesquecível

Em 22 de novembro de 2012 criei no facebook o grupo Natal da Vó Dinah. Por vários anos, foi trocando mensagens e trolagens que a família combinou a ceia de Natal na casa da minha sogra, historicamente o endereço do encontro de várias gerações. 

Pelo apartamento da rua Luis Loréa, em Rio Grande, durante décadas passaram filhos, netos, bisnetos, sobrinhos, tios, primos, amigos e agregados de todo tipo, como eu e minha família.

Na sua formação mais completa, o grupo reuniu 27 pessoas, as mais assíduas nas noites de fim de ano em que nos reuníamos para matar a saudade, sempre com a mesa cheia e o coração feliz. Na descrição do grupo, escrevi: “Fãs incondicionais da vó Dinah, mulher, mãe, avó, bisavó, que passou a vida cuidando de todos com carinho e energia”.

Natal da Vó Dinah em 2015

Natal da Vó Dinah em 2015

Em 7 de novembro de 2017, um post com o cardápio da ceia natalina trazia 18 itens, entre comida e bebida, e rendeu 38 comentários com palpites e zoeiras entre a parentada. Depois desse ano, passamos a usar mais o grupo de whatsapp.

Ceia raiz

Ceia raiz

Mas fosse qual fosse o canal de comunicação, nessa época também começávamos a parte mais divertida do planejamento, que era sortear os nomes do amigo secreto. Nunca deu muito certo, fosse o sorteio na sacolinha ou nos aplicativos on line.

Sorteio do amigo secreto

Sorteio do amigo secreto

Sempre houve quem ganhasse dois presentes e quem só não ficasse de mãos abanando por que a gente providenciava uns pacotes coringas.

E essa confusão era sempre a parte mais engraçada. Até torcíamos pra dar errado e começar tudo de novo. 

Presente surpresa

Presente surpresa

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Todo mundo era bem-vindo (Mia)

O Natal da Vó Dinah nasceu quando nossas velhinhas começaram a mostrar que já não podiam ir até os seus. Era preciso que nós fôssemos até elas. E que houvesse pelo menos um momento no ano em que faríamos de tudo para estar juntos. 

Minha sogra era o ponto central de um trio incrível e inesquecível, formado ainda por minha cunhada Florinha e minha mãe Noeci. 

Nesses anos todos, muitos se empenharam para vê-las e abraçá-las. Driblamos agendas de trabalho, longas distâncias e compromissos de todo tipo para estar lá.

Aos poucos, como previsto e inevitável, o time foi ficando desfalcado. Florinha nos deixou em 2017 e minha mãe em 2018. No mesmo ano, perdemos também meu cunhado Renato e dona Dinah passou a viver acamada. Mas ainda nos deu a graça de tê-la em mais dois Natais. Despediu-se em junho passado, aos 91 anos.

2020, finalmente, é o ano em que o Natal da Vó Dinah passa a morar nas nossas lembranças. Quando as matriarcas se vão, as famílias se fragmentam, seguem novos rumos. Mas sempre podemos nos esforçar para manter a chama de amor que tanto nos iluminou, nesse que será o primeiro do resto dos nossos Natais!

Marisa

13
nov

Quarentena mental

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A pandemia parece estar “passando” em muitas partes, mas ainda é realidade na vida de muitos brasileiros. Basta ver a contagem de novos casos e mortes – aquela que já se tornou banal nos jornais diários. Ou seja, a quarentena que era para ter sido de 15 dias, um mês, 40 dias, três meses, já durou quase o ano todo e ainda continua firme e forte para todos aqueles que, como eu, estão em home office e home schooling (na pós-graduação). O que fazer para não pirar estando há quase 240 dias confinado em casa?

Essa pergunta se repete quase todos os dias, mas algumas dicas podem ajudar.

Como bem descreveu o Rodrigo na semana passada, o prazer de cozinhar é sempre uma escapatória. Eu me arrisquei a fazer bolos: dois ficaram lindos e saborosos, um deu errado. Que venha o quarto bolo… Gosto também dos momentos de parar uns minutos pra passar um café fresco e tomar degustando, olhando pro horizonte. Esses dias frios e ensolarados de Curitiba contribuem para a contemplação na varanda.

Tomar sol é bom, dar uma caminhada – o que faço pouco, reconheço.

Arrumar a casa, os armários e guarda roupas também foi uma boa atividade nos primeiros dias de pandemia, hoje já não vejo mais novidade. Assim como maratonar séries e colocar os filmes em dia: chega uma hora que bate uma estafa mental até nas atividades que antes nos davam lazer. Mas a tática de intercalar afazeres da casa com o trabalho é sempre uma boa, faz o tempo fluir melhor.

A saída acaba sendo a boa velha recomendação para parar, respirar fundo, mentalizar as coisas boas que temos na vida – saúde, família, casa – e se inspirar nos sonhos do que fazer em 2021, que está logo ali. Será que aquela viagem finalmente vai rolar? Sigamos em frente em busca da paz mental para descobrir – e concretizar!

André