Acho engraçado quando alguém vem e pergunta: “você que é jornalista, o que acha de ___________________?” (preencha aqui o que mais lhe aprouver: liberação de drogas, aborto, a crise na Chechênia, sexo na adolescência, hospital veterinário gratuito, produção de energia elétrica em usinas eólicas, etc). Parece que com o diploma adquirido na universidade (que nem é mais obrigatório) a gente ganha o superpoder de entender de tudo e ter opiniões interessantes, relevantes e fora do comum.
Veja bem: não estou dizendo que a gente pode ser jornalista sem repertório, mas há temas aos quais somos mais afeitos e até especializados: o Rodrigo, aqui na agência, conhece muito de séries e filmes; a Marisa entende de economia; a Stephanie manda muito bem em pautas de arquitetura e design; o André é um conhecedor de Curitiba e de novelas; a Aline parece saber um pouco de tudo, mas lembro que entendia muito de transporte; e o Lucas manja de música e cultura geek.
E eu? Meu forte digo que seriam as pautas de cultura: tive a sorte de frequentar teatro desde pequena (obrigado, mãe), entrevistar grandes artistas na ÓTV e na Gazeta do Povo e fazer a assessoria de grandes festivais: estive em três edições do Festival de Teatro de Curitiba e no Psicodália — saudades. Também participei da produção de muitos eventos culturais como shows e peças de teatro, além de me interessar pelo tema, o que me deu a chance de me aprofundar um pouco.
Mas aí você se pergunta: e como ela atende um cliente que produz peças para motocicletas? E eu te respondo: é porque a gente não sabe, mas conhece quem sabe. E essa é a importância de se ter boas fontes. A gente também pesquisa muito: é importante buscar conteúdo de qualidade e não a primeira página que aparece no Google. Foi assim que eu escrevi um e-book inteiro sobre cabeamento de usinas eólicas: entrevistando um engenheiro especializado e traduzindo muito conteúdo confiável do inglês — essa é uma ótima dica para quem produz conteúdo, procure fontes em outras línguas também!
Então, para falar do que você não sabe, você precisa: ir atrás de quem sabe; como diz o E.T. Bilú, busque conhecimento! Não vale o primeiro link que você encontrar, cheque a fonte; e não tenha vergonha de perguntar. Agora, sobre a crise na Chechênia, me desculpe, eu não tenho a menor ideia de como estão as coisas por lá!