Arquivo mensais:agosto 2018

17
ago

Retomando bons e velhos hábitos

baby-beautiful-child-1257105Eu amo ler. Assim que aprendi a unir as letras e transformá-las em palavras, desenvolvi o hábito da leitura, muito incentivado pela minha mãe. Quando eu era criança, ia à biblioteca do colégio uma, duas ou até três vezes por dia: emprestava um livro no início da tarde, lia no recreio, devolvia e já partia para o próximo. A bibliotecária, que esperava minhas visitas diárias, já conhecia meus gostos e separava os lançamentos das séries infantis das quais eu tanto gostava.

Fui crescendo e, naturalmente, outros interesses começaram a aparecer. Na medida em que me engajava em outras atividades, diminuía minha frequência na biblioteca. No começo, a bibliotecária perdoava, mas cobrava: “não conseguiu vir ontem, Bia?”. Nos anos que se passaram, ela foi deixando de me chamar pelo nome e, para o meu espanto, não consegui lembrar o dela para colocar neste texto.

No ensino médio, só fui à biblioteca quando era obrigada: para pegar livros de matérias que eu não gostava, como física ou química, ou para fazer alguma atividade determinada pelos professores. Eu continuava lendo, mas só por obrigação. Chegava a achar torturante ler alguns livros que iriam cair no vestibular.

Quando chegou a hora de decidir o curso que faria na universidade, pensei por um tempo e, entre jornalismo, publicidade e direito, fiquei com a primeira opção. “Você gosta de ler? Tem que gostar muito para ser um bom profissional nessa área”, começaram a me dizer. As lembranças da infância me faziam falar que sim, mas, no fundo, eu sabia que não podia afirmar isso naquele momento.

Virei universitária e, de fato, eu precisei ler muito e, de novo, como uma obrigação. Artigos intermináveis, livros-reportagem antiquíssimos e os jornais da cidade, afinal, com frequência um professor perguntava quais eram as manchetes do dia – e ai de quem não soubesse. Quatro anos se passaram e eu não li um livro sequer, que não fosse relacionado ao meu curso. Jurei que quando passasse o TCC, iria recuperar o tempo perdido e ler, pelo menos, um livro por mês.

Apesar da promessa que fiz a mim mesma, só estou começando a cumpri-la agora, com quase dois anos de formada (!). Ganhei no Natal passado um box com os livros originais da saga Harry Potter e decidi começar com eles o resgate da minha essência leitora. Em meio à falta de tempo, estou caminhando lentamente nesse processo. Demorou, mas parece que agora consegui retomar esse bom e velho hábito e parece que não vou mais desistir dele – a não ser que eu resolva fazer outra graduação (risos).

Bia.

13
ago

Uma nova paixão

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Sempre gostei de cerveja, mas a pilsen mesmo. A mais fraquinha, para ser tomada no verão acompanhada do tradicional churrasco de final de semana. Nos dias frios, minha preferência é o vinho. Aí gosto mesmo é do tinto seco, bem encorpado, para ser degustado sem pressa, enquanto bato um bom papo com as amigas ou faço alguma experiência na cozinha.

Por falar em cozinha, ela não é o meu forte. Sou um tanto limitada nessa arte de cozinhar e acabo fazendo sempre os mesmos pratos. Mas sou uma boa companhia para quem vai cozinhar. Gosto de ajudar separando os ingredientes, preparando a salada, fazendo a sobremesa e, principalmente, lavando a louça. Meu marido adora cozinhar e compartilhamos esse momento quando a rotina nos permite. Nos finais de semana, enquanto ele cozinha, eu bebo vinho, converso e faço o papel de auxiliar de chef.

Agora ele anda se aventurando em uns pratos mais elaborados, resultado do curso de chef de cuisine que está fazendo na Espaço Gourmet. Quando tem mais tempo, se dedica a cozinhar e faz disso um programa. Começou inclusive a comprar cerveja artesanal para degustar enquanto cozinha. Com isso, passei a acompanhá-lo e a experimentar cervejas muito saborosas. Resultado, meus vinhos estão indo para a panela.

O consumo e a produção de cerveja artesanal cresceram bastante no Brasil nos últimos anos. Essa semana li uma matéria no Bem Paraná que dizia que o país já tem mais de 1,5 mil rótulos e mais de 300 cervejarias. O Paraná se destaca e concentra mais de 60 cervejarias e uma produção estimada em 6 milhões de litros por ano. Além disso, a qualidade das cervejas produzidas no estado já conquistou mais de 240 prêmios nacionais e internacionais, colocarando a cidade de Curitiba na rota dos profissionais e apreciadores da bebida, cidade hoje considerada a Capital Nacional da Cerveja Artesanal.

Ano passado, a Prefeitura de Pinhais lançou a Rota da Cerveja. A cidade da região metropolitana produz uma grande variedade de tipos de cervejas. Algumas delas são exportadas para países como Estados Unidos, Alemanha, Dinamarca, entre outros. Eu e o Andrei começamos a fazer essa rota. Fomos a duas cervejarias, a Way Beer e a Bastards Brewery. Ambas com ótimas cervejas e bom espaço para eventos.

Para quem ainda não experimentou, eu recomendo, especialmente a produção local.

Bjs,
Aline Cambuy

6
ago

Vencendo os pré-conceitos

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Tem vezes que eu gostaria de ter o desapego de conceitos de uma criança. De recuperar aquela capacidade de experimentar e tentar tudo – comum em todos nós quando ainda pequenos. Sem ideias ou opiniões pré-formadas.

Digo isso porque há poucos dias tive uma das melhores sensações da minha vida. Mas apenas por ter conseguido a libertação de algumas ideias.

Antes de continuar quero dizer que quase todos temos ideias e opiniões sobre tudo. Até sobre aquilo que ainda não conhecemos ou experimentamos. Especialmente os jornalistas. Posto isso posso continuar com a certeza de que não serei julgado.

Amo viajar. Quem não ama, não é? E depois de 15 meses de Talk tive as minhas primeiras férias (desconsiderando o final do ano que sempre viajamos para o Rio Grande do Sul). Optei por tirar com 15 meses para encaixar com o período de descanso da Amanda. Quando tive o ok que seria possível, começamos a planejá-las. Isso foi lá por setembro do ano passado. Decidimos viajar. Afinal, o amor por conhecer novos lugares é algo que – entre tantas coisas – eu e a Amanda temos em comum.

Havíamos decidido economizar para viajarmos para fora do país. Eu queria Portugal. Ela, Estados Unidos. Eu queria Porto e ela, Nova York. Eu estava optando pelo conhecido e seguro. Ela, pelo novo e desafiador.

Eis que começava a minha saga pessoal. Eu também queria Nova York. Abracei como um sonho nosso. Mas e superar as ideias e opiniões já formadas sobre o destino? A comunicação em inglês talvez fosse o menor dos meus medos. E se alguém resolvesse mostrar para o Trump que para tudo há consequência? E se eu ficasse incomodado com tanta gente e movimento? E se eu não conseguisse aproveitar por causa do calor de mais de 40 Cº da cidade? E se eu me sentisse incomodado com o voo de nove horas, já que voar me deixa bem nervoso? Era muito “se” com coisas que eu havia lido na internet ou acompanhado na TV.

Aí depois de muita paciência dela – e conversas – transformei todas essas perguntas – com respostas dos outros – em uma única questão: e se eu amar?

E eu amei. Quais as novas respostas para aquelas mesmas perguntas?

Nova York é muito mais segura que qualquer cidade que já conheci (pelo menos para turistas). Distanciar-se da Times Square é a oportunidade de viver a cidade como um local. Então já não é tanta gente assim. O calor é suportável pelo tanto de prédios e árvores que ajudam com sombra. Superar as questões com o voo fica mais fácil quando se tem uma super companheira do lado que encontra maneiras para acalmar e entreter a pessoa.

Descobri uma cidade que tem tudo a ver comigo e com a Amanda. Um lugar que passa a sensação de liberdade, mobilidade, segurança, modernidade e a intensidade de tudo isso sendo vivido por pessoas de todos os cantos do mundo. Nunca vi tantos imigrantes de diferentes lugares em um só. Nunca vi uma cidade com tanta energia. Tanta vida. Tanto tudo. Voltamos renovados. Algo inexplicável.

Mas daí alguns podem dizer que isso era óbvio. Será? Será que você aí não tem nenhuma ideia pré-formada ou medo que possa estar barrando uma experiência incrível?

Liberte-se. Experimente. Curta. Viva.

Beijinhos,

Wellington