O milho verde é amarelo, o quadro negro é verde, o halls preto é branco e o cantor Belo é feio. Esse monte de bobagem é apenas para descontrair ou uma forma leve de começar o texto, já que o assunto do qual resolvi escrever hoje não é nada engraçado.
Ando chocada com a quantidade de homicídios noticiados diariamente. Homens, mulheres, crianças, ricos, pobres, brancos e negros. O Brasil repercutiu bastante ontem a morte de dois jornalistas dos EUA que foram covardemente assassinados por um ex-colega de trabalho no momento em que faziam uma transmissão ao vivo. Por ser jornalista, fiquei ainda mais sensibilizada. Um país tão desenvolvido, mas que possui uma população fortemente armada. Os números assuntam e algumas fontes garantem que 90% dos domicílios dos EUA possuem arma de fogo.
No Brasil o porte de armas é restrito, mas infelizmente isso não garante a nossa segurança e nem que essas armas não cheguem às mãos de bandidos e cidadãos comuns. Independentemente das armas de fogo, o crime no País cresce de maneira assustadora. Antes falávamos da violência nas grandes cidades, agora vemos crimes bárbaros, com motivos torpes, assombrar os mais pacatos munícipios do interior.
É quase impossível ler um site de notícias que não tenha ao menos duas ou três matérias sobre desaparecimento de pessoas e assassinatos, muitas vezes cometidos por vizinhos ou até mesmo familiares das vítimas. Quando leio algo sobre isso, sempre fico comovida. O impacto é ainda maior quando acontece na minha cidade ou quando envolve crianças. A imensidão de notícias sobre esse tema jamais o tornará algo banal. Quem tem o direito de acabar precocemente com a vida de alguém? Quem merece morrer dessa maneira?
“O mundo está ao contrário e ninguém reparou”, já dizia um trecho da música de Cássia Heller e Nando Reis.
Aline Cambuy