Arquivo mensais:abril 2018

27
abr

De linguiças

linguiça

Tenho dez minutos para escrever um texto para o blog da Talk. E é tudo que tenho – esse tempinho. Não tenho o tema, nem inspiração, nem sinapses para encadear caracteres nessa tela em branco. Sempre critiquei quem enche linguiça falando de suas dificuldades para escrever alguma coisa, em vez de escrever de uma vez.

Pois a língua é o chicote da bunda e eis-me aqui, com metros de linguiça para encher, tomando seu precioso tempo com coisa alguma.

Só o que me ocorre, a título de desculpa, é que estou num limbo criativo, em déficit acentuado de inteligência, essa competência que nunca tive em grandes doses, mas que tem me safado até agora.

Alguns meses de surra emocional me deixaram sem palavras. Venho gastando reservas para colar meus cacos e costurar os textos inevitáveis, aqueles dos quais não posso fugir por que são meu ganha-pão.

Então, por hoje é só, com meu pedido oficial de desculpas e uma vaga promessa de fazer direito da próxima vez.

Beijos

20
abr

Mil e uma facetas de um jornalista

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Dizem as más línguas que os jornalistas acham que sabem de tudo. Pura maldade. Não é beeeeeeeeeeem assim. Nós sabemos um pouco de tudo. É diferente, tá? Dê cinco minutos e a postura será de um especialista.

Lemos muito, pois faz parte da nossa personalidade, ora bolas. Eu, por exemplo, leio qualquer coisa – vale até rótulo de papel higiênico e bula de remédio. E não ouse dizer que sou um ser estranho. Cada um com os seus gostos, não é mesmo?

Mas como já dizia o poeta, “tudo é uma faca de dois legumes”. O lado bom é ter uma “nova profissão” a cada dia. Manja de armário-cápsula? É quase isso. Poder trocar uma peça ou duas todos os dias é maravilhoso. Que o diga a esposa, amigos e familiares. Talvez sejam os principais beneficiados, esses malandros. E o combo jornalista de gêmeos faz amar a ideia de ter algo novo. Invejosos virão correndo dizer que somos duas caras. O recalque bate e volta.

Hoje, por exemplo, acordei conselheiro amoroso. Ontem estava um legítimo corretor imobiliário. Na semana passada eu estava contador, consultor de investimentos, chef de cozinha e fotógrafo. Mês passado pude ser guia de viagem, motorista e designer de interiores. E não faz muito fiz o arquiteto, professor, clínico, mestre de obras e freteiro.

Mas, acima de tudo, sou jornalista. Daqueles bem caricatos e que adoram uma polêmica. Essa profissão grudou no corpo como piche no asfalto. Que bom poder ser comunicador e todo o resto ao mesmo tempo. Amo esse passe-livre para bancar o sabe-tudo.

Beijinhos,

Wellington

17
abr

Sobre séries de Direito

Suits

Eu tenho, há alguns anos, certa fixação por séries de Direito. Já perdi alguns fins de semana frente à Netflix vendo How to Get Away with Murder, The Good Wife, Making a Murderer… Enfim. Minha mais nova obsessão é Suits. Dentre as séries da categoria, não é das mais populares, apesar de ter conquistado certa fama depois de Meghan Markle – que interpreta a assistente jurídica Rachel Zane – anunciar que deixaria a série para casar-se com o Príncipe Harry.

Suits foi lançada em 2011 e já está em sua sétima temporada. Trata-se da história de Mike Ross, um jovem extremamente inteligente, porém, sem muitas perspectivas. Logo no primeiro episódio, o protagonista envolve-se em um ato criminoso, mas consegue se safar graças a sua incrível capacidade mental e memória fotográfica. Suas habilidades impressionam Harvey Specter – associado de uma grande firma de advogados – de tal maneira, que este o contrata como advogado júnior, mesmo sabendo que Mike jamais cursou direito em uma universidade.

A partir daí, Mike Ross começa a trabalhar duro para aprender todas as artimanhas da lei e para que ninguém descubra que não tem um diploma de Harvard. É uma série envolvente, daquelas que você precisa ter muito autocontrole para não passar um dia todo imerso nos episódios. Eu estou no fim da segunda temporada e cada vez mais ansiosa para descobrir todos os segredos dos personagens. Recomendo muito!

Bia

6
abr

As leituras do mês

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Acho que já está repetitivo falar de livros aqui no Blog da Talk, mas ultimamente ler é o que me dá mais prazer nas horas livres.

Pensando nisso, resolvi compartilhar minhas leituras do mês de março. Vai que alguém está procurando dicas de livros, não é? Tem para todos os gostos.

Vamos lá, então!

Simon vs. A Agenda Homo Sapiens/Com Amor, Simon
Autora: Beck Albertalli

SIMON

Esse livro é bem adolescente e anda fazendo sucesso entre os jovens depois do lançamento do filme baseado na obra. O mais bacana é que a autora consegue colocar nas páginas todas as inseguranças, irritações e frios na barriga que nós temos enquanto adolescentes.  Simon Spier tem 16 anos e é gay, mas não conversa sobre isso com ninguém. Ele não vê problemas em sua orientação sexual, mas rejeita a ideia de ter que ficar dando explicação para as pessoas. Enquanto troca e-mails com um garoto misterioso que se identifica como Blue, Simon vai ter que enfrentar, além de suas dúvidas e inseguranças, a chantagem de um menino na escola que descobre seu segredo e ameaça espalhar para todo mundo.

Lavoura Arcaica
Autor: Raduan Nassar

LAVOURA

Lavoura arcaica é um texto em que se entrelaçam o novelesco e o lírico, por meio de um narrador em primeira pessoa – André, um jovem do meio rural arcaico que resolve abandonar sua numerosa família do interior para ir morar em uma pequena cidade, fugindo da vida asfixiante da lavoura, da rigidez moral de seu pai, e de sua paixão incestuosa pela irmã Ana.

É um clássico e eu me emocionei em diversos momentos. Raduan Nassar domina as palavras e brinca com o que temos de mais belo na nossa língua. É arrepiante.

O Quarto Fechado
Autora: Lya Luft

QUARTO

Um casal separado volta a se reunir dos dois lados do caixão de seu filho morto, revendo cada um a sua vida e o que os conduziu àquela trágica situação.

Triste e reflexivo, Lya Luft consegue provocar no leitor sentimentos que insistem em ficar escondidos em nós.

Um Copo de Cólera
Autor: Raduan Nassar

COPO

Não é tão impactante quanto Lavoura Arcaica, mas a verborragia e as relações conjugadas são escancaradas no texto nervoso de Nassar. O personagem principal narra o que acontece numa manhã qualquer, depois de uma noite de amor, quando a aparente harmonia entre ele e sua parceira se rompe de repente. Recomendo.

Nem Preto Nem Branco, Muito Pelo Contrário – Cor e Raça na Sociabilidade Brasileira
Autora: Lilia Moritz Schwarcz

NEM-PR

O livro provoca uma discussão sobre a formação do racismo no Brasil e fala sobre o mito da democracia racial e sobre como a miscigenação traz essa falsa sensação de que está tudo bem por aqui.

As Intermitências da Morte
Autor: José Saramago

SARA

Cansada de ser detestada pela humanidade, a Morte resolve suspender suas atividades. De repente, num certo país, as pessoas simplesmente param de morrer. E aí Saramago mistura bom humor e amargura para tratar da vida e da condição humana.