14
ago

Teorias bizarras da conspiração

eduardo-campos-abreEstava aqui pensando sobre um tema bacana para escrever no blog nesta semana. Aí de repente o Eduardo Campos, candidato à Presidência da República pelo PSB, morre em uma tragédia de avião em Santos. No dia posterior à sua sabatina no jornal mais assistido no Brasil, o Jornal Nacional. Não é um tema bacana, mas não quero aqui falar sobre a morte do presidenciável em si, mas sim sobre a completa falta de ter o que fazer de algumas pessoas.

Antes da morte do pai de família se tornar oficial pela assessoria de imprensa do partido, quando tinha-se somente a notícia de que o avião tinha caído, já tínhamos memes no Facebook, imagens na internet com bizarrices, e coisas do tipo, incluindo todo o tipo de piada infame sobre a tragédia.

Não bastasse o humor negro, começam as pessoas que arquitetam teorias da conspiração mirabolantes, iguais as que dizem que a Copa estava vendida, ou que o Mundo ia acabar em 2012. As pessoas pensam que o PT derrubou o avião, que a Marina Silva fez um complô com a presidente Dilma e não embarcou pois sabia o que ia acontecer, que o piloto foi comprado e por aí vai. A mais absurda que ouvi é que, há dois meses, uma lei tornou sigilosa a investigação de acidentes aéreos no país. Claro, os psicopatas de plantão das redes sociais já ligaram uma coisa a outra, dizendo que a lei foi implantada com exatamente esta intenção: acobertar os verdadeiros culpados pela tragédia que aconteceria em breve. Aí quem é um pouco inteligente se pergunta: gente, se era para derrubar um avião, o mais correto seria fazer isso com o Aécio, não é mesmo?

Mas os absurdos não param por aí. Sou jornalista, mas fico pasma com o sensacionalismo exacerbado da imprensa. O pessoal começa a fazer infográficos e simulações de como o avião pode ter caído, de como foram os últimos minutos de voo, do momento da queda e de outras coisas que não vale nem a pena citar. Além disso, começam a investigar a família, cada cidade caça notícias e tenta achar uma maneira da tragédia ficar mais próxima, chega a ser quase lamentável.

Não sou jornalista de redação, mas como assessora de imprensa já atendi situações fortes de gestão de crise, inclusive em casos de acidentes aéreos. No mundo da comunicação, além do acidente aéreo já me envolvi com política, acidente com morte em terra e também uma morte trágica de atleta. Sei bem o que os assessores e família do Eduardo Campos devem estar sentindo. Não é o momento para fazer conspirações e criar teorias bizarras. O momento é de prestar condolências aos entes queridos e respeitar a dor e sofrimento dos familiares. Independentemente do que tenha acontecido ele não vai voltar.

Fabíola Cottet

CompartilheTweet about this on Twitter0Share on Facebook0

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *