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out

O mendigo “gato” e as controvérsias

Tudo bem que só se fala sobre a foto do mendigo “gato”, o assunto repercutiu nas redes sociais e virou matéria dos jornais. Meio batido falar sobre o que todo mundo está falando, não é? Também acho. Mas analisando toda a repercussão que teve na mídia e na internet, percebi que eu também precisava me manifestar, pois refleti sobre algumas questões expostas por pessoas que adoraram o assunto e outras que repudiaram.

Vi muitos colegas escrevendo que é um absurdo toda essa atenção dada à história do tal mendigo, pois se fosse um mendigo “feio” simplesmente a mídia não teria ligado e a história não teria virado manchete. Concordo, em partes. Explico – realmente a sociedade continua a ditar valores de beleza e estereótipos e, infelizmente, o público gosta. A questão que envolve todo o problema das drogas é séria e deveria ser mais abordada nos meios de comunicação. Pois, independentemente da fisionomia, isso pode atingir qualquer família seja rica, pobre, feia ou bonita. Enfim, nesse caso qualquer um pode ser uma vítima.

Porém, como jornalista, também preciso defender de certa forma os meios de comunicação, e explicar algumas coisas que talvez muitos não entendam. Primeiro que os jornais são feitos de história de pessoas e, agradando ou não, é isso que faz com que o público se identifique com os diversos relatos e faça com que a mídia tenha mais proximidade com a comunidade. Não é isso que muitos questionam: uma mídia mais cidadã e próxima dos problemas da comunidade? Isso sem entrarmos em qualquer mérito de tema.

Segundo que não podemos desconsiderar o poder de disseminação das redes sociais e, nessa era digital, os meios de comunicação devem estar atentos a esses acontecimentos. Pois não tem como ignorar o fato de que milhares de pessoas compartilharam um mesmo assunto em menos de um dia. Para um comunicador isso é praticamente impossível.

Então, não é que eu concorde plenamente com essa repercussão, pois tenho meus valores e opinião crítica sobre os meios de comunicação. Mas meu olhar profissional, também não deixa negar que é uma “ótima” história para estampar os jornais da semana.

 Luanda Fernandes

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