Arquivos da categoria: Comportamento

18
nov

O homeopata e a melhor tapioca do mundo

homeopataEsses dias fui ao homeopata – coisa que não fazia desde criança. Não lembrava como uma consulta podia ser tão divertida. O médico, um daqueles da velha guarda, abriu seu livrão e começou a fazer perguntas aparentemente aleatórias que no final dariam em um diagnóstico para meus males. “Você dorme com os pés cobertos ou descobertos?” Perguntou o homeopata, com aquela cara de muito interesse que eles têm. E assim a consulta transcorreu, com várias perguntas que pareciam um tanto aleatórias e outras que me fizeram pensar na vida. Sempre com um assunto recorrente: o meu interesse por gatos. Tipo: dez perguntas e, de repente: “E você gosta de gatos?”. É, eu também não entendi.

Depois de uma meia hora de perguntas – algumas bem embaraçosas – uma receita com gotinhas que devem mudar minha vida. E um aviso: “você só precisa deixar de comer duas coisas: leite e trigo”. Ou seja: basicamente tudo! Mas, de fato, manipulei as gotinhas, cortei o glúten (já não sou muito de leite – só diminui o queijo) e tenho me sentido melhor. Continuo gostando de gatos.

E a tapioca? A tapioca substitui o pão. E tenho uma dica pra quem não consegue deixar a massa de tapioca igual aquelas de feira: não precisa peneirar, é só espalhar a goma sobre a frigideira fria. Aí você modela a massa e só depois liga a boca do fogão. Depois é só esperar a tapioca esquentar pra dar liga e rechear. Meus cafés da manhã nunca foram tão gostosos!

Luciana Penante

25
jun

Ops, casei!

Quando a cantora Pitty casou com o marido dela, o baterista Daniel Weskler, ninguém soube. Até que ela simplesmente postou a frase “Ops, casei” no twitter. Uma festa para poucos convidados, um recadinho singelo nas redes sociais. Fiquei com isso na cabeça. Não precisa ser mais complicado que isso, pensei. Anos depois, foi a minha vez. E foi como um “ops”, mesmo. Estávamos morando juntos e achamos que já era hora de ir ao cartório e oficializar a relação. Lá fomos nós, entregamos nossos documentos ao escrivão, assinamos uns papeis e então, lá estava escrito: somos um casal de verdade, com deveres morais e para com a sociedade. Me senti até importante.

bouquet

Saímos do cartório, fomos a uma padaria, tomamos um café colonial e então caiu a ficha: nossa, casamos! Só nós dois. Então fiz questão de colocar no Facebook a tal frase: “Ops, casei”. As reações foram as mais diversas: gente que acha que é brincadeira, gente que dá parabéns, gente que fica sentida por não ter sido convidada… mas calma, ninguém foi. Nem as nossas mães. Por que? Simplesmente porque foi algo corriqueiro para nós, natural e já morávamos juntos. Não que eu não quisesse uma festança, mas acho que é muito dinheiro para uma noite só. Dinheiro que estamos guardando, aos pouquinhos, para usar em uma viagem de Kombi pela América Latina.

Hoje, tenho um blog justamente com esse nome, para o qual adoro escrever nas horas vagas. Está sendo uma terapia e tanto. Posso desabafar, contar experiências, dar receitas e dicas que a gente só aprende depois de casada. Quer dar uma olhada? Só entrar no opscasei.com.br. A casa é de vocês, sejam bem-vindos.

Luciana Penante

29
mai

Feminismo. E o que a comunicação tem com isso?

Comunicadora e feminista, me atrevo a escrever em poucas linhas uma reflexão inicial sobre as duas áreas.
São muitas as afirmativas machistas, misóginas, sexistas, racistas, lesbofóbicas, transfóbicas, gordofóbicas, e outras, que são veiculadas nos produtos midiáticos, tanto de entretenimento quanto de informação (jornalismo). Por sofrerem com a violência simbólica nesses meios, muitas mulheres passaram a discutir e a interseccionar as teorias feministas com as práticas comunicativas e midiáticas. Os primeiros estudos de feminismo e comunicação datam a década de 1970, e uma das linhas de investigação é da representação da mulher em cinema, revistas e televisão. feminista

O problema central dessas representações é o de serem naturalizadas, ou seja, passarem para as práticas sociais cotidianas sem que sejam problematizadas e desconstruídas.

Cabe ao comunicador e à comunicadora o papel de atuar com o viés da transformação política. Devemos entender que nossa situação é privilegiada, pois temos condições de produzir e receber informação, e refletir sobre ela; assim, é nossa responsabilidade lutar para que os direitos humanos, e o direito à comunicação, envolvam todas as mulheres (ou melhor, todas as minorias).

Uma dica bacana
A parceria entre a FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas e a ONU Mulheres – Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres – deu origem a um “Guia para jornalistas sobre gênero, raça e etnia”. O propósito é auxiliar os comunicadores e comunicadoras na tarefa de cobrir os temas com recorte de gênero, raça e etnia no dia a dia da imprensa, com pautas livres de preconceitos e estereótipos.
É uma iniciativa de transformação e de construção de uma mídia mais democrática, plural, diversificada e igualitária, que começa a partir de nós, profissionais da comunicação.

Link para o Guia: http://goo.gl/kRQ6Eh

Marcielly Moresco

23
abr

Mundo da Lua

Monica, Monica, MONICAAA…. é quase sempre assim. Duas chamadas e um berro. Não sou surda, apenas me concentro nos meus pensamentos. Até porque, quase sempre eles são bem mais interessantes do que aquilo que está acontecendo à minha volta. É assim desde criança e acho que começou quando meu pai lia histórias para mim. A que eu mais gostava era João e Maria. Lembro como se fosse hoje. Eu deitava sempre na cama dos meus pais, dava aquele cheirinho no travesseiro, ele apagava a luz, ligava o abajur e começava a leitura. Eu ficava deitadinha olhando para o teto imaginando cada detalhe da história. lua

Foi só descobrir a bendita da criatividade que minha vida mudou para sempre. Legal é descobrir, o problema é aprender a lidar com ela. Digamos que exista a “Criatividade Branca” e a “Criatividade Preta”. Vamos falar sobre a preta. A preta é aquela criatividade sacana, o verdadeiro capetinha no ombro esquerdo. Ligo para o namorado que está viajando a trabalho, mas ele não atende. Pronto, lá vem o roteiro. “Será que ele está em reunião? Claro que não, Monica! Já são 20h. Ah, então ele deve estar em um barzinho com o pessoal do trabalho. Você é idiota, Monica. É claro que ele está com uma mulher linda, conversando, rindo, bebendo e se divertindo. Ah, e eles ainda terão mais dois dias para continuar este programa, afinal a viagem de trabalho, que vai durar três dias, na verdade era para ser um bate-volta”. Enquanto a Criatividade Preta me boicotava, o mundo, ou melhor, umas 10 pessoas estavam gritando meu nome e eu, para variar, não escutava. Já era. O namorado virou ex. Criatividade Preta me boicotando mais uma vez.

Vivendo e aprendendo. Com tanto capetinha enchendo meu ouvido com Criatividade Preta, resolvi que era hora de dar um basta e comecei a dizer não para mim mesma. Ohhhh…. Isso sim é evolução. Calma, eu ainda volto atrás várias vezes. A diferença é que assumi que sou meio fora da casinha mesmo, penso pra caramba, minha criatividade vai longe e a Branca pode prevalecer à Preta. O problema agora já não é mais meu e, sim, daqueles que precisam aquecer a voz para dar uns gritinhos quando a mocinha aqui está feliz da vida no sétimo céu.

Monica Melo

1
abr

Qual o seu repertório?

musicaEste final de semana fui a um grande festival de música, o Lollapalooza. Lá, uma multidão de gente esperava para ver seus ídolos. Com várias atrações no line-up, a ideia dos organizadores era a de agradar a gregos e troianos. Tarefa ingrata e digo mais: impossível. Com mais de 50 atrações é fácil atingir um pouco de cada tribo, mas não dá para atingir muito de nenhuma. Claro: cada banda tem um estilo e repertório, normal. Mas aí você se pergunta: sim, e daí, qual a novidade? A novidade está no repertório do outro, daquele que a gente não conhece – e isso pode ser levado a outras esferas: nossa vida, por exemplo.

Provavelmente quem foi ao festival para assistir ao rock’n roll de outras décadas de Robert Plant e Smashing Pumpinks não estava muito interessado em assistir ao show de música eletrônica do Skrillex ou ao dance de rádio FM do Calvin Harris — mas isso não diminui a importância que os dois têm para quem gosta de chacoalhar na pista, entendeu?! O que não dá para acontecer – e não aconteceu, ainda bem – é desrespeitar o repertório do outro. O fato de você não gostar de dançar não pode ser pressuposto para você ir lá e reclamar por estar rolando um show de dj, porque tem quem goste. E digo mais: se você tiver a mente aberta, pode se surpreender com o repertório do outro e até arriscar uns passos de dança – ou simplesmente apreciar a vista.

No meu caso, fiquei apaixonada pelo som e visual da Saint Vincent, de quem nunca tinha ouvido falar. Mas voltando ao plano das metáforas: o repertório do outro sempre pode surpreender se você estiver disposto a escutar – e aqui eu não estou falando de música, estou falando de gente. É preciso ouvir música e é preciso ouvir o outro – afinal, se todo show tivesse as mesmas músicas sempre, ninguém ia querer assistir outra vez.

Luciana Penante

26
mar

Mulher, profissional, mãe, etc

Adoro rádios de notícias. Passo bastante tempo no trânsito e meu rádio está sempre ligado. Na correria diária ele é meu aliado e me mantém informada, o que é fundamental para o meu trabalho e para a minha vida.   mulher

Como a maioria das mulheres que conheço, faço parte do time das que prezam por uma carreira bem sucedida e batalham todos os dias em busca de novas conquistas profissionais. No entanto isso não diminui o meu papel de mãe, dona de casa e esposa. Estou sempre priorizando o bem-estar da minha família e a convivência harmoniosa com meus filhos, marido, mãe, pai, sogra, etc. Eles são o alicerce da minha vida.

Voltando ao rádio, meu companheiro inseparável, tem uma propaganda da Band News FM que me identifico muito. O texto é mais ou menos assim: “Você dirige, atende o chefe no celular, atende o marido na outra linha e come uma barra de cereal… E ainda aguenta a pressão do mundo que te obriga a ser bem-sucedida, bem-informada, sexy e… magra”. Sempre que escuto isso acho graça. Nós mulheres lutamos pelos direitos iguais e hoje nos destacamos mais que muitos homens por aí. Agora não podemos reclamar de termos que dar conta de tudo sem descer do salto. O segredo está no equilíbrio. É possível conciliar vida pessoal e profissional sem prejuízo para nenhuma delas.

Vamos lá mulherada, somos capazes disso e muito mais!

Aline Cambuy