28
fev

Amor digital

Nenhuma geração teve acesso a tantas formas de comunicação como hoje em dia. Os vovôs ainda se matriculam nos cursos de informática para aprender a lidar com a temida internet. Enquanto isso a garotada praticamente já nasce com uma conta de e-mail. Bom e ruim.

Temo que com tantos contatos virtuais se esfrie o coração dos jovens. Sabe aquele bilhete deixado pelo menino mais popular da classe dentro do seu caderno durante a aula de ciências? Agora virou coisa do passado. Todo mundo tem facebook, twiter. Não há mais cartas de amor, elas aparecem na caixa de entrada.

Posso ser retrógrada, saudosista, ter alma velha, mas adoro chegar em casa e encontrar uma frase doce escrita num post-it  colado na geladeira. Ouvir parte da letra daquela música que mais gosto repetida em forma de poema ao pé do ouvido. Zuenir Ventura já dizia que o amor é kitsch. A cabeça pode implorar por novidades, mas o coração gosta mesmo é da repetição. Mensagem que só é compreendida quando repassada da mesma forma que faziam os nossos avós.

Heloísa Vieira

 

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