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26
jul

Requião sai ileso

A advocacia do Senado da República definiu que não houve falta de decoro parlamentar por parte do Senador Roberto Requião, no episódio em que resolver tomar o gravador de um repórter. A representação foi feita pelo Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal para que fosse aplicada uma advertência ao senador.  Na época, além de tomar o gravador do repórter, Requião também insinuou se o jornalista gostaria de apanhar, o fato aconteceu dentro do plenário do Senado. A justificativa foi de que o Senador não havia gostado das perguntas feitas pelo repórter, que se referia sobre a aposentadoria vitalícia que ele recebe por ter exercido mandato de governador do Paraná.

Não é segredo para ninguém das inúmeras peripécias e escândalos que o ex-governador já se envolveu, principalmente em relação à imprensa. De fato essa figura política tem se mostrado um tanto irreverente, por não gostar da mídia – fato que já deixou claro diversas vezes – mesmo assim, não consegue ficar de fora de uma polêmica envolvendo jornalistas e veículos de comunicação. O que surpreende é que, apesar dessa quantidade de casos, esse representante do povo sai ileso sem ao menos uma advertência que conteste esse comportamento. Então, significa que qualquer um pode agir dessa maneira, desrespeitando o trabalho alheio?

Ora, a questão não é somente um discurso afamado de liberdade de expressão, que não é nem esse o caso que proponho, mas sim de respeito profissional. Quer dizer, ninguém pode sair difamando o trabalho de um representante político, mas o contrário é possível? Parece até mesmo uma piada de mau gosto, hoje em dia nós devemos cuidar para não ofender a moral política, mas e a nossa moral de cidadão como fica? Então se chegar a questionar um desses representantes sobre alguma questão ética que lhe diz respeito, ele pode me desrespeitar simplesmente porque não gostou da pergunta? Parece que estamos vivenciando uma inversão de papéis e a democracia é valida somente para aqueles que possuem o poder. Entendo que a pessoa pública tem que no mínimo saber que seus atos podem e devem ser questionados, afinal, ele foi eleito com o voto do povo.

Luanda Fernandes