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dez

Sobre Beatles, paixões e histórias

27 Além de gostar do jornalismo, tenho outras paixões. A fotografia, a gastronomia, a música em geral e uma banda em específico: Beatles. Aquele quarteto de Liverpool da década de 60 que você ouve falar por aí de vez em sempre. Minha história com o Fab4 começou um pouco diferente das demais. Meu pai e minha mãe ouviam muita música nacional, mpb e sertanejo de raiz. Quanto ao rock, lembro de ouvir Titãs, Legião Urbana e afins. Quando fiquei maior, me apaixonei por Sandy & Junior. Não,eles não são uma pessoa só, como muitos acham. Eu era completamente apaixonada por eles, tinha todos os cds, fitas k7 (aquele momento em que você entrega a idade), e posters. Ia aos shows e gritava, chorava… Essas coisas que todo fã faz. Lembro até do dia em que o Junior pego na minha mão, em um show na antiga Fórum, quase morri. O tempo foi passando, eu fui amadurecendo, as coisas foram mudando. Mudei de faculdade, de vida.

Não lembro ao certo quando eu comecei a gostar dos “Bituxxxx”, como diz a Luiza, irmãzinha da minha amiga. Quando me vi estava completamente apaixonada por quatro rapazes que nasceram lááá no Reino Unido, bem antes de eu nascer. Não me lembro qual foi a primeira música que escutei dos Beatles, devo ter escutado milhares como muita gente, mas não sabia o que eram “Os Beatles”. De repente, um amor tomou conta de mim. Quando vi estava colecionando coisas de novo. CDs, camisetas, canecas, tatuagens…Tudo que tem Beatles eu quero comprar. Lá se vão 10 anos desde que essa beatlemania começou. Tive o prazer de ver Paul McCartney ao vivo 4 vezes e espero poder ver mais umas 100 (exagerada como todo beatlemaníaco). Comecei com uma cadeira no estádio, até chegar à pista premium. Em um desses shows passei mal e fui carregada pelo chefe da segurança do Paul. Os meus amigos acharam o máximo e eu só precisava de água e ar. Horas na fila, no sol, na chuva valem. Ver aquele cara de perto  traz uma sensação que não tem como explicar. Se eu puder dar apenas um conselho: vá a um show do Paul McCartney! Ou do Ringo – esse eu nunca fui, mas me disseram que é genial também.

Acho engraçado que todos os amigos que visitam a terra sagrada me trazem um mimo ou escrevem meu nome no muro da Abbey Road, tamanho é o amor que eu sinto por aqueles garotos que queriam mudar o mundo e mudaram. Aliás, tá aí uma meta pra 2016: visitar Londres e Liverpool e, se conseguir, algumas outras cidades onde eles estiveram. Os Beatles me trouxeram tantas coisas legais, tantos amigos especiais, que eu queria entender o porquê de tanto sucesso até hoje. Por isso, meu TCC para a habilitação em jornalismo foi inspirado neles. O In Our Lives nasceu de uma paixão por jornalismo, por Beatles e com a ajuda da indústria cultural. É um webdoc sobre a nova beatlemania, jovens curitibanos que nasceram depois de 1970, mas que são tão fãs quanto quem viveu aquela época. Foram mais de 365 dias de preparação, leituras, estudos, gravações, edições, (enfim… trabalho pra caramba!), mas que renderam um lindo material que vocês podem acessar aqui: www.inourlives.com.br

Lá têm 16 histórias de fãs dos Beatles, inclusive a minha e da minha dupla de TCC, além de vídeos com covers das músicas da banda que nós gravamos em homenagem e muita coisa legal. Ah! Ia quase me esquecendo, entramos em contato com a assessoria do Paul e mandamos o projeto pra eles. Duas semanas depois tivemos uma reposta dizendo que eles adoraram, que ficavam felizes por Beatles influenciar até hoje e que, assim que tivessem um tempo, mostrariam para o Paul.

E depois de tudo isso eu posso dizer porquê o sucesso dos Beatles dura até hoje. Não só porque eles estouraram em uma época propícia, não só porque a indústria cultural ajudou (e muito) na manutenção desses ídolos, não só porque eles revolucionaram em todas as áreas, ou porque a música deles está tocando no espaço, ou porque se não fossem eles nós, quem sabem, jamais teríamos shows em estádios ou os videoclipes. Aqueles garotos de Liverpool vivem até hoje porque eles conseguiram fazer da música um hino de várias gerações e conseguiram transformar palavras em melodias que todos queriam.  Poderia ficar horas aqui dando exemplos. Afinal, todo beatlemaníaco adora dar esses exemplos. Mas acho que Beatles está aí até hoje porque ser beatlemaníaco é ser amor, ser amigo, ser revolucionário, ser feliz. E se você não gosta deles, tudo bem! O legal da vida está da diversidade.

 Bruna Bozza

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