Arquivos da categoria: política

21
jan

Será que vai?

arenaComo era esperado, o assunto Copa de 2014 ainda vai dar muito no que falar. A notícia fatídica é que Curitiba pode ser excluída como cidade-sede do mundial. Pois é, depois de tanto dinheiro investindo num estádio que parece estar na mesma há uns três anos, a Fifa estipulou prazo até 18 de fevereiro para definir se a bola vai rolar ou não por aqui.

A notícia não me espanta, já que desde o começo a obra faraônica parecia ser uma artimanha para levantar dinheiro público. Uma vergonha isso acontecer faltando menos de seis meses para o mundial. Na verdade, qualquer pessoa que passe em frente à Arena pode perceber que a coisa está para lá de atrasada. Não bastassem os diversos acertos de contratos e o dinheiro se esvaindo como água – as obras já ultrapassaram mais de R$ 100 milhões do valor estipulado inicialmente –, a alegação é que serão necessários mais R$ 45 milhões, pelo menos, para finalizar o estádio. Não precisa ser um gênio em finanças para perceber que tem algo de errado nesses cálculos.

Isso sem mencionar todo o dinheiro já gasto pelo município e pelo estado para obras de melhorais urbanas para receber a Copa. Além dos inúmeros transtornos na cidade com canteiros em todos os lados. Quem mora na região da Linha Verde e da Avenida das Torres sabe bem o que é isso. E ainda tem o tal do viaduto estaiado que custou uma fortuna. Afinal, vai ter alguma função diferente daquele esperado para um viaduto qualquer? O legado da Copa está muito longe de ser um benefício futuro para a população. Ficarão o legado das dividas e o rombo no orçamento público, que poderia ter investido o dinheiro em projeto mais eficazes.

Luanda Fernandes

21
ago

Começou definitivamente a campanha eleitoral

Hoje começou o horário eleitoral gratuito, para a alegria e a tristeza de muitos. Para aqueles que não perdem um capítulo da novela, vão ter que esperar um pouco mais para assistir à saga de Avenida Brasil. Mas para os eleitores mais interessados, esse também será o momento de verificar os candidatos a vereadores e à prefeitura.

Não sei se é impressão minha, mas me parece que o discurso dos candidatos não mudou muito desde as últimas eleições até a campanha deste ano. Se verificarmos os candidatos à prefeitura, todos falam em melhorar as condições de mobilidade da cidade, com o incentivo ao uso de bicicleta, a implantação do metrô, deixar o transporte público mais eficiente para que as pessoas deixem de sair de carro e blá, blá, blá.

Ok, isso tudo é muito importante, mas e aí pessoal. como vocês pretendem realmente fazer isso? Não adianta somente fazer buraco nas ruas em toda parte da cidade (como está acontecendo agora; nunca vi tanta obra em Curitiba como nos últimos meses) e mostrar que a prefeitura está trabalhando a apenas dois meses das eleições.

As ações precisam ser efetivas e contínuas. Ficar fazendo joguinho político para conquistar voto comigo não funciona e acredito que, para muitos, também não. Realmente tenho a esperança de que as coisas vão começar a mudar no Brasil e que os eleitores não vão simplesmente votar naquele candidato que acharam o santinho no meio da rua no dia da eleição. Vamos torcer!

Falando em propaganda que continua com a mesma “lenga lenga”, essa matéria do Jornal Gazeta do Povo define exatamente isso:

http://www.gazetadopovo.com.br/blog/interrompemos/conteudo.phtml?tl=1&id=1288575&tit=Propaganda-eleitoral-e-a-mesma-ha-vinte-seculos

Luanda Fernandes

16
jul

É Fantástico mesmo

Já faz algum tempo que não acompanho o Fantástico no domingo, primeiro porque o programa decaiu bastante de uns anos para cá e o segundo motivo é um fato comprovado: tem coisa mais depressiva que perceber que o final de semana acabou e você está assistindo à sequência Domingão do Faustão e Fantástico? Bons tempos aqueles do Cid Moreira, de quem eu tinha medo da voz. Agora acho que eu deveria ter medo do programa mesmo. E falando em questão de decadência, a Globo tem dado uma série de bolas foras ultimamente, é um programa mais sem graça que o outro e sem qualquer atrativo.

Porém, a ideia não era falar da péssima programação e, sim, do programa de ontem, para ser mais precisa da entrevista “especial” com a Rosane Collor, ex-mullher de Fernando Collor do Mello. O Fantástico fez o maior alarde sobre as revelações feitas por Rosane, sobre o impeachment e a vida do casal. No entanto, a notícia foi sobre eles participarem de rituais de magia negra. Tudo bem que se o assunto caísse no conhecimento do povo na época ele jamais teria sido eleito presidente, pois seria melhor confiar no barbudo “comunista” do que em uma pessoa que faz rituais macabros. O povo brasileiro é muito cristão para confiar o voto em alguém assim.

Então, de toda essa revelação ela diz que eles eram adeptos da magia negra? Disso tudo qual foi a grande novidade, se essas histórias já correm na imprensa faz algum tempo. Fala sério que eu penso que a coisa seria muito mais obscura. Tudo bem que ela falou de inimigos de Collor morrendo de maneira estranha e que eles faziam sacrifícios com animais. Nada disso é legal, ao contrário é realmente horrível. Mas falar disso depois de mais de 20 anos?

No mínimo alguma coisa não está agradando a ex-primeira dama. Copiando o comentário de hoje do jornalista José Simão, na Band News, ela deve estar realmente insatisfeita com a pensão que está recebendo do ex-marido, pois R$ 18mil é pouco dinheiro para sobreviver nos dias de hoje. Imagina o pessoal que vive com menos de um salário mínimo por mês, deve ficar indignado ouvindo algo assim.

Mas tudo bem, depois de tantos anos no lado mal da força – como diria Darth Vader – Rosane resolve se redimir e se converter à religião evangélica. As pessoas são realmente estranhas. De fato a entrevista rendeu umas boas risadas. Já para o Fantástico, uma dica aos amigos assessores de imprensa: o programa está precisando urgente de pautas e entrevistados mais interessantes.

Luanda Fernandes

10
out

Que país é esse?

Tamanho foi o meu espanto nas últimas semanas com notícias do tipo “Secretária de Políticas para Mulheres quer tirar comercial de Gisele Bündchen do ar”, “Band pune Rafinha Bastos por piada que fez com Wanessa Camargo” e também alguns rumores de que a mesma secretária, a Ministra Irany Lopes, teria se pronunciado a respeito de cenas constrangedoras em novelas e em um quadro do Programa Zorra Total.

No caso da Gisele, a propaganda rebaixava a mulher brasileira, segundo a Ministra, pois dizia para elas usarem seu charme para alcançar seus objetivos. No caso da modelo, usando lingerie no comercial. Aí eu me pergunto se esse pessoal que quer censurar a propaganda já assistiu ao Pânico na TV e às novelas das emissoras abertas. Deixo bem claro que não tenho nada contra o comercial e nem nenhum destes quadros. Só acho que quem não gosta pode mudar de canal, não é mesmo?

Já o Rafinha Bastos, do programa CQC da Band, fez uma piada de mau gosto com a Wanessa Camargo e com seu filho. Tá, a piada não foi das melhores, mas ele, além de ser jornalista, considera-se comediante, humorista e faz shows de comédia stand up pelo país inteiro. Se a piada foi boa ou não, cabe ao público julgar. Agora, a Band retirar ele do programa por influências externas (o marido da Wanessa é sócio da empresa do Ronaldo e mais um monte de blá, blá, blá que resultam em interesses comerciais) é censura e isso é algo que, desde o início, o programa foi contra. Quer dizer que formador de opinião falar mal de lixeiro em jornal nacional da emissora é permitido, humorista fazer piada, não é. Me pergunto, novamente, qual é a lógica dessa atitude. Os lixeiros não são expressivos o suficiente (não representam uma classe que pode vir a prejudicar financeiramente a Band)?

Volto a fazer a pergunta do início, que país é esse? Volto a dizer, nada contra as opiniões de seja lá quem for, posso não concordar com elas, mas creio que todos têm o direito de dizê-las.

Fabíola Cottet

19
set

Limpeza no Congresso

Hoje uma notícia chamou a minha atenção: foi a ação da ONG Rio de Paz, que colocou 594 vassouras, em plena Praia de Copacabana, em protesto contra a corrupção no Congresso Nacional. O número de vassouras corresponde a quantidade de deputados e senadores no país. A ação simbólica pede uma limpeza na corrupção.  Acho que vale a pena compartilhar a iniciativa:

ONG finca 594 vassouras em Copacabana e pede que Congresso limpe a corrupção

Vassouras são uma referência ao número de deputados federais e senadores do País

Voluntários da organização não governamental (ONG) Rio de Paz fincaram, na madrugada desta segunda-feira (19), 594 vassouras pintadas de verde e amarelo nas areias da Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. O ato representa um protesto contra a corrupção no país. O grupo também estendeu uma faixa com a inscrição “Congresso Nacional, Ajude a Varrer a Corrupção do Brasil”.

Segundo o líder do movimento, Antonio Carlos Costa, a ideia é conscientizar a população para cobrar mais transparência na utilização do dinheiro público, já que os desvios desses recursos são responsáveis pela morte de muitos brasileiros. Ele explicou que as vassouras são uma referência aos 513 deputados federais e 81 senadores, que integram o Congresso Nacional.

“Nós precisamos inaugurar uma nova fase no nosso país, marcada por um controle social maior das ações do Legislativo e do Executivo, porque hoje esse controle está sendo mediado apenas pelos partidos políticos, que se reúnem e tomam suas decisões, enquanto o povo observa de braços cruzados. É um movimento pacífico para mobilizar a população até vermos essa quantidade absurda de dinheiro [arrecadada pelos cofres públicos] ser canalizada para as obras de infraestrutura, escolas, assistência médica, entre outros”, afirmou.

Costa também informou que uma nova manifestação está marcada para esta terça-feira(20). O grupo vai fixar em Copacabana e no Aterro do Flamengo, também na zona sul da cidade, cartazes com a foto de uma bala de revólver e a inscrição “Corrupção Mata”.

Da Gazeta do Povo  

Luanda Fernandes

2
set

Independência ou Morte!

Na próxima semana vamos comemorar o Feriado da Independência ou o dia sete de setembro, pois, assim como eu, a maioria dos brasileiros está ansiosa mesmo é pelo feriado nacional. Aquele dia de folga coletiva em que as pessoas aproveitam para descansar, se divertir ou simplesmente ficar em casa sem fazer nada. O que de fato 99% da população não vai fazer é refletir sobre a representatividade da data para a nação.

Então, comecei a pensar e recordar alguns acontecimentos significativos pelo qual o país passou e não precisou fazer uma retrospectiva muito extensa, bastou verificar os últimos 30 anos, por exemplo. Somente na década de 80 muitas foram as mudanças: passamos pelas Eleições Diretas, foi criado o Plano Cruzado e a Constituição Federal, enfim, foi um período de muitas transformações, o país saía de um governo ditador e começava a respirar o ar da tal liberdade de expressão há muito tempo esquecida.

Isso só aconteceu porque o povo começou a exigir seus direitos, foi às ruas e gritou por melhoras. O que não quer dizer que foi uma transição tranquila, afinal, passamos por períodos terríveis principalmente na economia com variações extremas na inflação. Simplesmente os produtos triplicavam de preço no mesmo dia, as pessoas faziam filas e brigavam nas padarias para poder comprar o pão e o leite de cada dia. Foi um período difícil, mas conseguimos superar de alguma forma.

Também tivemos a revolução da década de 90 os movimentos de paz, após anos de guerras sofridas pelo mundo afora. Seguindo as tendências dos anos 80 continuamos com a evolução cultural e artística. No Brasil elegemos um presidente novo, diferente de todos os outros. Era aquele tipo bonitão e jovem, que trouxe esperança de mudanças para a história brasileira. Sonhávamos com um país renovado rumo à independência financeira e à modernidade – doce ilusão. O mandado durou pouco diante de tantos escândalos de corrupção evolvendo o presidente galã. Mais uma vez o povo se reuniu e pediu o impechament. E assim aconteceu.

Agora avalio esse novo milênio: as coisas melhoram consideravelmente. As pessoas têm acesso às informações e conhecimento pelos fatos que acontecem no dia a dia. O Brasil tornou-se um país reconhecido mundialmente, com uma economia valorizada e sólida. Também sobreviveu a crises mundiais, que afetaram até mesmo países com economia muita mais forte que a nossa.

Porém, os escândalos e a corrupção aumentaram em escala proporcional. Cada dia é uma CPI nova instaurada, outra investigação que descobriu desvios de dinheiro em grande quantidade, político tentando esconder propina de todas as maneiras (lembram dos dólares na cueca?) e por aí em diante. Fico me questionando até onde isso vai dar, pois já não é mais o absurdo caso do representante corrupto e, sim, mais um corrupto que leva dinheiro descaradamente. E o que me entristece é que nem me surpreendo mais com o assunto, acho que ninguém mais fica. Pois isso se tornou uma rotina tão comum nos noticiário que, às vezes, nem sei mais se o que está sendo divulgado pela mídia é um escândalo novo ou a repercussão do mesmo.

Diante disso, deixo uma reflexão: qual é o país que queremos para os próximos 30 anos? Não imagino como será a minha vida daqui a três décadas, assim como também não imaginava no passado como seria agora. Mas de uma coisa tenho certeza: não podemos nos acomodar com essa roubalheira que virou o poder público. Devemos exigir dos nossos representantes as punições para os que roubam e ficam ilesos. Nem tudo pode acabar em pizza como estamos acostumados a acompanhar.

Luanda Fernandes

26
jul

Requião sai ileso

A advocacia do Senado da República definiu que não houve falta de decoro parlamentar por parte do Senador Roberto Requião, no episódio em que resolver tomar o gravador de um repórter. A representação foi feita pelo Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal para que fosse aplicada uma advertência ao senador.  Na época, além de tomar o gravador do repórter, Requião também insinuou se o jornalista gostaria de apanhar, o fato aconteceu dentro do plenário do Senado. A justificativa foi de que o Senador não havia gostado das perguntas feitas pelo repórter, que se referia sobre a aposentadoria vitalícia que ele recebe por ter exercido mandato de governador do Paraná.

Não é segredo para ninguém das inúmeras peripécias e escândalos que o ex-governador já se envolveu, principalmente em relação à imprensa. De fato essa figura política tem se mostrado um tanto irreverente, por não gostar da mídia – fato que já deixou claro diversas vezes – mesmo assim, não consegue ficar de fora de uma polêmica envolvendo jornalistas e veículos de comunicação. O que surpreende é que, apesar dessa quantidade de casos, esse representante do povo sai ileso sem ao menos uma advertência que conteste esse comportamento. Então, significa que qualquer um pode agir dessa maneira, desrespeitando o trabalho alheio?

Ora, a questão não é somente um discurso afamado de liberdade de expressão, que não é nem esse o caso que proponho, mas sim de respeito profissional. Quer dizer, ninguém pode sair difamando o trabalho de um representante político, mas o contrário é possível? Parece até mesmo uma piada de mau gosto, hoje em dia nós devemos cuidar para não ofender a moral política, mas e a nossa moral de cidadão como fica? Então se chegar a questionar um desses representantes sobre alguma questão ética que lhe diz respeito, ele pode me desrespeitar simplesmente porque não gostou da pergunta? Parece que estamos vivenciando uma inversão de papéis e a democracia é valida somente para aqueles que possuem o poder. Entendo que a pessoa pública tem que no mínimo saber que seus atos podem e devem ser questionados, afinal, ele foi eleito com o voto do povo.

Luanda Fernandes